Sendo este espaço meu por autonomasia e lógica concreta, sinto-me na "obrigação" moral de - e agora que a "silly season" tunante está prestes a terminar - de abordar um tema que me foi, é e será particulamente caro: a informação tunante de facto.
À data de hoje, o unico orgão informativo - e que nunca almejou a mais que isso mesmo - existente em Portugal sobre a realidade tunante é por demais conhecido de todos, tornando-se desde cedo numa espécie de "Meca" para praticamente todos aqueles que anseiam e necessitam de tal ferramenta em tempo real, até para melhor gestão de recursos informativos.
Tendo sido "pai" desse projecto do qual me afastei em Janeiro de 2006 e de forma voluntária, vejo o mesmo hoje com alguma preocupação informativa e de rigor perante os objectivos traçados aquando da sua fundação.
Se porventura uma mudança de rumo editorial surgiu, desconheço a mesma por manifesta falta de tomada publica da mesma suposta (?) alteração. O que não invalida desde logo uma abordagem neste blog e sobre o estado da informação tunante em Portugal, da qual esse sítio é -pelo menos até ao surgimento de alguns espaços mais especificos - o seu monopólio, até por força disso mesmo e da sua já alguma longevidade nessa função informativa.
Assiste-se hoje a um claro laxismo na abordagem editorial do mesmo, uma espécie de demissão quanto aos valores fundacionais do mesmo, o que nos indica uma situação dubia quanto aos valores que o mesmo pretensamente afirma defender, provavelmente fruto de alguma posição mais ou menos "nacional porreirista" entretanto assumida de forma velada, diga-se.
A informação deve nortear-se por valores claros e a começar pelo respeito intrínseco pela linha editorial assumida - o que não ocorre hoje - e pela clara manutenção do espaço de forma pró-activa e não deixando o mesmo ao sabor de alguma sensação de abandono a que por vezes se assiste, prejudicando assim a função 1ª do mesmo: informar.
E informar pressupõe uma série de predicados por parte dos agentes informativos, nomeadamente um eficaz e pró-activo pensamento quanto à missão principal: informar bem e rápido, cumprindo com a sua linha editorial. Ultimamente informa-se mal e tarde e isso é um dado incontornável porque empírico.
Provavelmente paga esse "serviço público" tunante a factura do monopólio da informação tunante, não havendo quem lhe faça o contra-ponto e assim, não estimulando o mais importante como necessidade de sobrevivência informativa, informar bem e rápido.
Os blogs que entretanto surgiram não aparecem obviamente por mero acaso nem se trata de uma coincidência temporal sequer. A questão maior aqui é que porventura foi sentida a necessidade de poder usar outros meios para melhor formar e informar, algo que não acontecia anteriormente e logo, esvaziando de conteúdos qualquer outro projecto informativo desde logo e tivesse o mesmo a configuração que tivesse. Se antes chegava o que havia, hoje é manifestamente pouco e parco quer na qualidade, quer na quantidade. E há que o assumir desde logo. Não se prende essa mesma "falta de trabalho" com a saída ou entrada de este ou aquele colaborador credenciado mas antes com a maior ou menor dedicação e atenção em tempo real ao fenómeno; hoje, isso não acontece no unico orgão informativo tunante nacional, numa letargia que mete dó por clara falta de sentido de oportunidade e trabalho efectivo, mais, por clara falta de cumprimento com os valores que presidiram a sua fundação em 2003.
Algo deverá acontecer, digo-o desde a simpática e confortável bancada onde qualquer um é um potencial treinador credenciado pela FIFA até. Nem me arrogo a outra condição seja eu fundador ou não de coisa alguma. Apenas alerto para o risco de tomadas de posição (falta de, aliás) recentes que irão levar a uma factura de pagamento elevado a prazo caso não seja a mesma rectificada a tempo ( e ele vai escasseando).
Em suma, está mais que na hora - e já o dizia então - de surgir saudável concorrência na informação tunante nacional. Os sintomas estão à vista e corroboram o diagnóstico. Penso até humildemente que alguns dos seus hoje responsáveis deverão rapidamente agir e mudar algo. Caso oposto, em breve haverá novidades. Por um lado, ainda bem. Mas terei pena de ver algo que ajudei a nascer a definhar lentamente num mar de demissões sucessivas de responsabilidade a nivel da informação tunante de rigor: clara, objectiva e actual, de acordo com a sua linha editorial. Se algo não for rectificado entretanto, corre-se o - eminente - risco de o mesmo se tornar em veículo transmissor precisamente dos valores opostos a que se propôs a seu tempo, o que seria um crime de lesa Tunae.
Comentários
Foram sugeridas bastantes ideias para dinamizar o dito sítio, referência incontornável do mundo tunante, e também alguns alertas quanto à forma de moderar de acorod com a linha editorial preconizada.
Há realmente que agir, sob pena de se perder a credibilidade alcançada.
Abraços!