Já está disponivel o blog oficial do V ENT que se realizará em Lisboa, em Outubro próximo, conforme link já disponibilizado aqui no "Aventuras" aí já à sua direita.
Já é igualmente possivel vislumbrar os temas que serão abordados, quer por meio de palestras, quer por meio das tertúlias e/ou mesas redondas que irão abordar, cada uma com a sua metodologia, os vários temas escolhidos pelos organizadores deste ano do ENT, a Real Tuna Lusófona de Lisboa e no caso. Mas vamos ao que interessa sobre o próximo ENT:
1º) Será deveras curioso verificar a afluência a este ENT, nomeadamente por parte dos Tunos que mais perto estão do acontecimento, para lá obviamente dos restantes. Os Tunos com maior cercania têm nesta ocasião soberana a oportunidade real e prática de se fazerem representar. Obviamente que aguardo com alguma expectativa o que irá ocorrer neste capitulo e não somente face aos que mais perto estão do acontecimento, senão também dos restantes Tunos nacionais, obviamente. Convém referir que na minha modesta opinião, o ENT ter a presença de 30 ou 3000 Tunos é-me perfeitamente indistinto, a mim, note-se, opinião que não é partilhada por outras pessoas, note-se igualmente e com a mesma propriedade.
2º) Os temas a abordar são uma panóplia interessante de observar, algo entre o tunalmemte mundano e banal indo até ao mais quente dos temas da actualidade, algo que me agrada particularmente devo dizer. A fasquia deixada pelo ultimo ENT em Viseu é deveras alta mas não intransponivel; basta para isso que se dê enfoque em temas que realmente visam o estado da nação tunante e não se bastem ao banal tema mais que badalado e/ou amplamente dissertado em outros foruns, sejam eles reais ou virtuais. Aliás, ainda recentemente escrevi sobre esta mesmíssima matéria e indiquei a meu ver que o sucesso do próximo ENT passa sobretudo pela natural incidência naquilo que está mal - e indicando o que são as boas práticas tunantes - e não tanto na abordagem mais cientifica que o ENT de Viseu abordou com particular felicidade e eficácia.
3º) Teremos, então, a abordagem a temas perfeitamente pacificos - pelo menos no plano teórico - como sendo “Resenha Histórica da Tuna em Lisboa” – Cronologia, origem e tradições" ou então “ O papel do Movimento Tunante e da Instituição TUNA na formação do Tuno-Cidadão” entre outros, que por pacificos não deixarão certamente de ser interessantes para os trabalhos do ENT e para a tomada de vista geral do fenómeno.
4º) No entanto, destaco alguns temas que me parecem ser altamente pertinentes e actuais, como sendo “As Tunas e o Associativismo ou a Tuna-Associação ??” - Colaboração, convivência, independência e/ou solução de financiamento" ou então aquele que destaco particularmente pela sua actualidade, pertinência e gravidade “A importância do uso rigoroso do Traje Académico/Universitário e do Traje da Tuna” – usos indevidos, desvios, personalizações incongruentes e efeitos negativos que destes advêm". Ambos os temas aqui referidos são a meu ver os momentos mais altos a esperar deste ENT por todos os motivos e mais algum, para lá se serem eventualmente os assuntos do momento no actual panorama e isto no âmbito das palestras.
5º) A tertúlia - que ano passado não ocorreu - habitual do ENT este ano terá também ela um tema altamente pertinente: “A constituição de uma Federação Nacional de Tunas Académicas/Universitárias – prós e contras ? “ – Enquadramento Académico, viabilidade e fundamentação".
Seria desejável que todos aqueles que no passado e noutros foruns tiveram o cuidado de opinar sobre tão sensivel matéria surgissem neste ENT e nesta Tertúlia a defender os seus pontos de vista. Porque a memória não é curta, já lá vão dois anos que este tema colheu por parte dos "pró-federativos" uma "promessa" de que iria surgir algo de concreto entretanto, mas até ao momento estamos como estavamos, ou seja, das palavras aos actos nada ocorreu e tudo se mantêm na mesma, comprovando os receios que então detinha - e detenho - sobre a matéria. Para não entrar no tema em concreto, apenas dizer que cá está uma excelente oportunidade para que os "pró-federativos" possam efectivamente fazer valer a sua posição, divulgando-a e assim, ressuscitando-a também pelo menos no plano do debate entre pares. Quanto a mim, mantenho a minha posição de então eventualmente adendada pelo que escrevi num post mais abaixo intitulado "A Aventura da Organização das Tunas Unidas" (ler s.f.f.). Mas continuo disponivel para escutar outras sensibilidades, naturalmente, sobre o assunto. Será sim curioso ver o que de então até Outubro irá ocorrer nesta matéria bem como qual a defesa a apresentar por cada uma das partes, pois como saberão, há os "federalistas" e os "anti-federalistas", para lá da "terceira via a meio caminho" que eu alego e defendo, aliás. Convém referir que aqui neste tema temos um cruzamento com a alocução do ano passado realizada pelo João Paulo Sousa, que seria pertinente disponibilizar entretanto.
6º) Quanto ao restante programa, o mesmo não oferece novidade face a outros ENT´s; Esquema de trabalhos em tudo idêntico, oficinas de execução musical de igual formato, restando aguardar pelo que nos trará o serão musical - a que parece prometedor - bem como a parte lúdica deste ENT, para lá dos restantes aspectos práticos e logísticos de um evento desta envergadura, certo que a organização está acima de qualquer suspeita nesta matéria.
Alguns considerandos finais:
Será pertinente algum cuidado na escolha dos palestrantes e de acordo com os temas a debate propostos; não sou defensor de lugares cativos nessas palestras, antes pelo oposto, devem surgir mais e mais Tunos dispostos a colaborar e a estudar previamente os temas que irão abordar; mas note-se que a credibilidade dos trabalhos passará inevitavelmente pela qualidade suposta do elenco de palestrantes.
Este ENT deverá marcar uma viragem clara neste capítulo - é a minha profunda convicção - trocando os "habituées" palestrantes por novas caras também elas com mais que capacidade para poderem dar o seu contributo. Ou seja, está na altura de alguns dos inevitáveis passarem a ocupar lugares na plateia, quanto mais não seja para animar a mesma a participar e assim, a interagir quando assim for permitido e justificado. Se isso for possivel, tanto melhor.
Outro aspecto altamente positivo a realçar: a abordagem à temática competitiva não existe sequer em tema algum a abordar - o que não significa que não possa surgir, note-se.
Apenas uma sugestão: o dia e a hora das comunicações livres deveria ser alterado para mais cedo na minha modesta opinião. O Domingo para quem é de fora do local do ENT torna-se penoso e a afluência a estas comunicações ressente-se inevitavelmente. Sugiro que as mesmas transitem para Sábado após o jantar e depois dar-se-ia a Tertulia eventualmente diminuida em tempo, até porque com as comunicações livres antes - com tempo controlado - poderiam eventualmente entrelaçar nas suas temáticas com a tertulia que se segue.
Eís, pois, a minha 1ª abordagem ao próximo ENT, desejando que o mesmo seja um sucesso e que traga ao fenómeno mais valias pertinentes.
Comentários
Nem é por mim, que esou em Lisboa, mas pensando naqueles que, inevitavelmente têm de prescindir de parte do dia para retornar a casa(isto sem contar os que não conseguirão acordar de manhã, dado o "desgaste" do dia anterior, heheheh).
Relativamente ao "federalismo", também estou expectante, dado que fui sempre defensor dessa solução, embora mais nos moldes já abordados no último ENT de Viseu.
Seguirei, também, com particular atenção as intervenções em torno das “Tunas Académicas e Universitárias, Estudantinas, Grupos Académicos Musicais, Tunas de Cidade, Orfeãos, Grupos de Cantares…” – Diferenças, conceitos, objectivos e origens, bem como “A importância do uso rigoroso do Traje Académico/Universitário e do Traje da Tuna”.
Para mim, que estou um pouco arredado das lides tunantes de palco, certamente que o tema subordinando ao "término do curso e a manutenção na Tuna” – O binómio: vida laboral vs. Academismo e a prossecução da Tuna, colherá, também, a minha maior atenção.
Já as implicações do processo de Bolonha darão, por certo, para tecer muitos considerandos e dar aso a muita "especulação".
No que respeita aos oradores, subscrevo, na íntegra o que dizes. Há que refrescar e ouvir novos intervenientes, embora acredite que não seja fácil encontrar muita gente disponível e creditada, tendo em conta que muitos dos temas exigem um estudo profundo ou mais incidioso, algo a que, infelizmente, tem sido avessa a nossa comunidade (havendo, como aliás chegaste a referir, algum "ostracismo" para com aqueles que o fazem).
Mas estou certo que a organização do V ENT conseguirá descobrir alguns ilustres que terão a coragem e gentileza de sair da sombra e contribuir para o nosso enriquecimento tunante, porque não há falta de talento e saber em muitos tunos, nomeadamente alguns históricos que ainda não pisaram o ENT.