A Aventura do Desinteresse






Tomemos como ponto de partida de análise o contido em  https://www.portugaltunas.com/artigos/relatorio_portugaltunas/id=4409/



O povo tem, na sua sabedoria milenar, alguns ditados, que mais não são do que a constatação perene da realidade. 


Há um que se aplica, neste caso em concreto, na perfeição: "é gastar demasiada cera para tão fraco defunto".


Como se pode ler no apontador em cima, e acompanhando todo o processo desde meados do ano transacto, não poderia, a título pessoal, estar mais a favor quer com todo o processo efectivado, quer com as conclusões derramadas no mesmo comunicado.


Atendendo 1) aos esforços titânicos que um projecto desta natureza, por força legal, obriga, apenas e só quanto à sua preparação; 2) aos custos inerentes a uma candidatura efectiva, que obrigam ao envolvimento de entidades locais com capacidade económica para p.ex. pagar a um historiador ou sociólogo para levantamento das premissas que levam à elaboração do Património Cultural Imaterial relativo ao tema e 3) criação de equipa própria para o desenvolver da mesma candidatura e sua posterior efectivação, não faz qualquer sentido o mesmo quando a respectiva comunidade alvo manifesta total desinteresse no tema em si - que fará a sua prossecução.


De nada valem recolha de assinaturas, "cartas de recomendação" sejam de quem sejam, inquéritos prévios, etc, se os próprios interessados se mostram desinteressados.


Ora, conclui-se que - e no caso em apreço - não se pode substituir a vontade (falta dela, no caso) dos destinatários por um mero capricho de uns poucos - sejam quem sejam - com as motivações que, porventura, possam esses poucos ter - umas mais legítimas do que outras, refere-se.


Parece evidente que - e pelo menos, por estes tempos - o tema não merece da parte da sua comunidade qualquer relevância, o que desobriga a mesma desde logo, sendo todos nós Tunos.


A comunidade portuguesa está-se - num português mais arcaico - nas tintas para este assunto, bem como claro fica que de todo tem interesse em participar em tal processo, seja da lavra de quem seja. Mais claro ficou que não está disposta a colaborar para tal, nem sequer se vislumbra que futuramente o queira fazer de facto - com meios de vária índole à disposição, etc.


E quem dá o que tem, a mais não é obrigado. A posição tomada no apontador em cima pelo PortugalTunas é, por isso, correcta, honesta, coerente e altruísta: Um processo desta envergadura e importância não pode estar refém de uma qualquer vaidade pessoal em formato clickbait.


Fica, assim, cabalmente provado que há uma enorme diferença entre brincar às candidaturas à Unesco e um processo preliminar de auscultação à comunidade tuneril, seja qual seja: O ponto d) das conclusões contidas no apontador supra a abrir esta "Aventura" prova-o.


Como escrevi em tempos algures, que não separe a Unesco aquilo que as Tunas uniram. E tal é o mais relevante, afinal.



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