A Aventura da Denominação





A nomenclatura tuneril é, porventura, tema raramente tratado. Simplificando, os nomes que as tunas adoptam, como deve ser vista tal matéria?
 

Mais numa vez - como em tantos outros temas sobre a tuna - não há qualquer regra sobre tal temática. 


A história prova que, e desde meados do Século XIX até hoje, as tunas adoptam o nome que, a cada tempo, lugar e circunstância, entenderam tomar, tão simples quanto isso. Toda e qualquer teorização que pretenda apartar, amputar e/ou condicionar é, além de abusiva, prova de ignorância sobre a tuna


Em 1886, em Guimarães, temos constância de uma Estudantina João Maria dos Anjos. Sim, houve tunas que tomaram designações de nomes de pessoas. Em 1892, visitou Braga a Tuna de Damas e Cavalheiros da Galiza. Sim, tal e qual. Em 1888 temos referência, no Porto, da Estudantina Irmãos Antunes. Em 1889, a Tuna Mirabolante de Viseu. Sim, leu bem. Ou a Tuna Bijou de Tavarede (1896), a Tuna Joaquim Aguiar (Évora, 1900) e outras tantas.


E diz agora o desavisado "mas isso são tunas populares!". Escuso de referir as denominações de algumas tunas estudantis contemporâneas nacionais, que usam prefixos antes do termo Tuna: AZEITuna, por exemplo, entre N. "Argumento" que morre antes de nascer. A Tuna Bruna, hoje Tuna Universitária da Figueira da Foz, sempre teve a 1ª denominação e não foi o desaparecimento da sua universidade que diminuiu/aumentou a legitimidade do uso de qualquer nome, que ninguém contesta.


Que dizer, e já nos agrupamentos de índole profissional, da Estudantina Socialista Karl Marx (Lisboa, 1900) ou da Tuna do Club Gymnásio (Coimbra, 1897) ou da 
Tuna-Orquestra da União dos Empregados de Comércio do Porto (1907)?.


Tudo isto serve para comprovar a evidência:


Cada Tuna toma para si o nome que bem entende, a dado momento, circunstância e lugar, conquanto tal não colida com a legislação em vigor a seu tempo. Daí em diante qualquer teorização é néscia, por sustentada em "opinologia" avulso, muitas vezes apenas com intenção depreciativa face a um (ou mais) agrupamento(s) em concreto, que mistura gosto pessoal com factualidade.


A utilização, no seio estudantil, de denominação que toma a instituição de ensino respectiva, quando tal ocorre, não é uma obrigatoriedade, antes uma opção dos próprios e à luz do atrás dito. Se se tomou tal aquando do boom dos anos 80/90 do século passado como óbvio (a tal circunstância, tempo e lugar) tal não significa que seja uma regra, bastando ler o que ANTES do boom aconteceu a este nível - além dos nomes com prefixos que, no boom e depois, surgiram como cogumelos e que hoje se usam, sem grande alarido.


O uso de termos apensos ao termo Tuna como Académica, Universitária, Marxista ou Agnóstica (p.ex.) apenas vinculam os que as usam, sem qualquer delonga, por absurda.


Não há regra alguma além do bom ou mau senso de cada uma, que fica assim à disposição do gosto de cada um, apenas e só. Mais nada



Agradecer penhorado ao Blogue Além Tunas pelo magnifico trabalho no vídeo https://www.youtube.com/watch?v=hvn_ABxp34c , que mostra cabalmente o supra.


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