A Aventura da Regra



Regra.


Princípio que serve como padrão; norma, preceito. Expressão de ordem; disciplina: uma casa com ordens. Exemplo que se deve seguir; modelo: usei as regras do seu projeto. Determinação legal; lei: seguia as regras da Constituição.



Uma das diferenças substanciais entre os primeiros anos do boom e os tempos actuais, é a forma como se encara a Regra - como é entendida, lida ou até mesmo (não) respeitada.



De há uns anos a esta parte, assiste-se a uma certa histeria, onde se ignora olimpicamente a Regra excepto se tal for conveniente - claro está –  tudo isto num meio onde se contam apenas (??!!) números ímpares, botões que não se apertam e outras palermices que nunca foram da Praxe e que se inventaram, algures, pelos anos 80/90 do Século passado.


Traduzo: Se for para chatear o parceiro do lado com a forma de trajar, a suposta regra do traje é sacro-santa; se for para cumprir com a regra da presença no ensaio, contorna-se a mesma se tal for conveniente. Priceless, não?




É sabido que vivemos em tempos estranhos, onde cumprir regras é visto como cadastro e, inversamente, violar as mesmas é Curriculum Vitae. Todos os dias constatamos tal, basta ligar a televisão por 5 minutos. E nas tunas, tal "filosofia" idem.



Não se devendo verificar obstinação pelo cumprimento ao pormenor e à risca – há sempre a razoabilidade e o bom senso, cada vez mais longínquos, por serem de rara aplicação… - navegar-se no total oposto da lógica, apenas porque convém a determinado momento e em determinada situação, é seguramente, algo a reportar publicamente – e pelo menos.



Vê-se tal, amiúde, nas tunas portuguesas e cada vez mais. Tenta-se fintar, contornar, dar a volta, à mais básica das regras, até. E sempre com um ar blasê, despreocupado quer com a causa, quer com a consequência. E pior, achando que ninguém vai perceber – uma “pequena” arrogância, desde logo – ou, então, tentando - sendo apanhado em flagrante delito - dar uma fina película de legalidade a tudo aquilo que, obviamente, não é legal, regra, correcto, acertado.



É um comportamento recorrente na tuna nacional que, não sendo de hoje – longe disso – se repete, aqui e ali, até por gente que deveria ter idade para não o fazer, desde logo.


Regras são regras. Existem por alguma razão. Bom senso e sensibilidade são importantes na sua aplicação. Lamenta-se que sejam os prevaricadores os primeiros a ignorar esse bom senso e sensibilidade – atitude que não impede, antes reforça, a aplicação das regras.



Tentar navegar algures pelo meio, entre o vicio e a virtude, por mera conveniência, é, em si mesmo, uma tentativa - grosseira e inútil - de quebrar as regras. 








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