A Aventura da "Faceprache"







Nem de propósito. Se quiséssemos fazer coincidir, não iriamos conseguir. 


No preciso momento em que, e como acontece ciclicamente, (re)começa o ano tuneril, tomamos conhecimento de - mais – umas “prachisses” a meter a foice em Tuna alheia, ou seja, mais do mesmo. Sabemos que o alcance do ocorrido em 2012 – ano mais, digamos, quente, nesta matéria – em 2024 está completamente dissipado: Outras gerações, bastará, para explicar tal. 


Por outro lado, muitos dos actuais Tunos desconhecem o ocorrido então, bem como o contido no “Manifestvm Tvnae” e o dito, desde sempre, em Encontros Nacionais de Tunos – e aqui se percebe, a real importância destes, à posteriori, até. Afinal, tínhamos razão – infelizmente. Hoje, sabemos que a corda foi, novamente, esticada. Com contornos graves. Demasiado, digo eu. Perguntar-me-ão, “e o que é que tem a ver uma coisa com a praxe?”. A começo, pelo(s) interveniente(s) e desde logo. O ambiente onde ocorre, sempre opaco, como reza a “prachisse”. Depois, o resto. Se assim não fosse, o catalisador da “hierarquia” a todo o custo não estaria lá. Mais, se assim não fosse, nada disto estaria a ocorrer. 


Com racionalidade: Há coisas que acontecem em variados campos da actividade humana. Aqui não será excepção, nem tem porque o ser. Entre o que Deve Ser e o que acontece há sempre uma linha, por vezes ténue, por vezes clara. Mas há. O real problema – entre outros - da “prachisse” é achar que o código de praxe se sobrepõe ao Código Penal, quando nem sequer ao da Estrada. Experimentem dizer ao agente da BT que não sopram ao balão, alegando serem "Veteranos pela praxe": Vai correr mal. E ainda bem. Não perceber isto ou é estupidez ou é arrogância - ou ambas - pinceladas de ignorância por todos os lados. 


A “prachisse” alimenta pretensos “intocáveis”, espécie de Highlander´s imortais, impunes por “direito (?) pracheiro”, acham eles. Daí ao desastre, é um ápice, bastando haver algo que despolete o exagero ou pior. Ora, a Tuna não é isso, nunca foi, promove OUTRA coisa – a Música – e não idolatria forçada, a toque de berro, prepotências ou um qualquer sentimento de impunidade. Ainda há demasiado Meco nas tunas estudantis – como se comprova por estes dias. Deveria ser motivo de profunda reflexão de toda e qualquer Tuna que se preze de tal epíteto. Mais que particularizar, a análise em abstracto e universal é que importa: 


Continua-se a “puxar” a Tuna estudantil para o piso menos 3 do ground zero. Nem à conta da herança se percebe o perigo de tal opróbrio. Não temos mais visibilidade enquanto cultura precisamente por coisas assim. O que interessa é viver o momento, mais nada, nem que isso signifique bater mais fundo ainda, em coisas que, em tese, deveriam ser caras ao estudante universitário. É uma auto-infantilização misturada com laivos de uma qualquer ditadura centro africana: O objecto principal, a Música, esse, fica em 5º ou 6º plano - quando fica. Não há cuidado, nem brio, nem lógica, até. Há “prachisses” a gosto – do(s) autor(es), claro está – para se fazer o que, provavelmente, noutros contextos, não se conseguiria fazer. Uma espécie de antecâmara da clandestinidade, opaca, de dark real life, obscura, para assim se poder andar, sob a capa da “prachisse”, a prejudicar a – já muito débil – imagem da Tuna em sentido genérico. Se mais fosse preciso para explicar o efectivo prejuízo que a “prachisse” provoca dentro da tuna estudantil, ora cá está. 


Conclui-se, portanto, que a “prachisse” está para a Tuna como o icebergue para o Titanic: Ou se evita ou será mera questão de tempo. Não vou mais além. Não quero e nem me compete, sequer. Há órgãos e Códigos legais específicos para tal. Contudo, quero dizer de forma absolutamente clara que a presunção de inocência é conceito fundamental e omnipresente - ao contrário de um qualquer "código de prache", que antes de julgar já condenou. 


Quem de direito - e apenas - deve averiguar. O que não invalida uma linha do supra escrito. Não se condena mas não se ignora. Constata-se, apenas. Tudo se sabe. Para memória futura. E repetir, sempre, mas sempre: Tuna não é praxe, é Música. Quanto mais depressa a Tuna descartar a "prachisse", melhor. 



 A única coisa que posso dizer, em tom de remate a esta “Aventura”, é uma pequena disrupção de uma frase popular: “Para mau entendedor, meia Faceprache basta”.



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