A Aventura da Sapucaí...

Se se falar em Marquês de Sapucaí, inevitavelmente que 99% dos incautos leitores se irão lembrar de uma avenida situada no Rio de Janeiro, onde, por estas alturas, muitos foliões desbravam as mágoas de um ano inteiro, pretendendo ser aquilo que não são - infelizmente ou felizmente - durante todo o ano.

Marquês de Sapucaí. Não, não é só uma avenida para sanbódromos e afins, antes de o ser tal, foi algo. Passo a citar:Cândido José de Araújo Vianna ou Marquês de Sapucaí (1793-1875), eleito senador em 1840, pela província de Minas Gerais, ocupou a Presidência do Senado de 1851 a 1853.Bacharel em Direito, foi Deputado constituinte em 1823 e Deputado Geral representando Minas Gerais por três mandatos. Ocupou as presidências das províncias de Alagoas e do Maranhão. Foi ainda Procurador da Coroa, fiscal do Tesouro e Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Ministro da Fazenda e nomeado membro extraordinário do Conselho de Estado a partir da data de sua criação. Em 1839, foi nomeado mestre de literatura e ciências positivas de D. Pedro II (então herdeiro do Trono); posteriormente, também cuidou da educação da Princesa Isabel. Como Ministro do Império no 2º Gabinete conservador (1841-43), referendou a lei que dava aos senadores o solene tratamento de "Sua Excelência".Condecorado com a Comenda de Cavalheiro da Ordem de Cristo e Oficial da Ordem do Cruzeiro, recebeu do Imperador o título de Visconde em 1854 e de Marquês em 1872.

Tudo isto para dizer que, afinal, muitos julgam que sabem algo sobre determinada matéria quando, afinal, já a mesma estava "inventada" ou até, já existia, apenas emprestando um nome, uma denominação, posterior no tempo salvo excepções, a algo que, sucedaneamente, acaba esse mesmo sucedâneo por ser algo mais "falado" e conhecido que o nome de facto, em si, na sua raíz.

Parece que serve este exemplo também, nas Tunas e na "tuna" em sentido lacto. Parece que muitos andam por aí a "sambar" nas tunas como se o "seu" marquês fosse o genuíno, o verdadeiro. Mas não é. Enfim, curiosa metáfora para dizer o evidente. Há que saber. Há que ler. Investigar. E perceber-se que figura se faz.

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