A Aventura da Sinceridade...

Estava eu numa das minhas cyber-surfadelas na crista das ondas "webianas" , neste tempo de calor e sol, quando me deparo a dado passo, com um texto inserto num historial de uma tuna que é, de facto, um hino á sinceridade tunante - e acreditando que quem o escreveu o sente ao fazê-lo - onde se lê " “...é preferível a Tuna acabar, a continuar com alguém que não a sente...” (fim de citação).

Palavras que, para lá de imensamente sábias, carregam em si mesmas muito do que se foi perdendo nos ultimos anos, no que toca à verdadeira forma de estar e sentir a Tuna e ser Tuno. É uma frase que se situa nos antípodas do "politicamente correcto" e que, só por isso, merece a nossa atenção detalhada e o nosso mais vivo carinho tunante, mesmo sabendo que - infelizmente - muitos nunca a irão perceber e/ou apreender de facto, no seu mais íntimo pormenor da mensagem que a mesma transmite, isto numa época de profusão, precisamente, da noção oposta - queira-se ou não, é a mais sincera das verdades.

Alguns "novos profetas" poderão contestar, dizendo que é frase tipica de quem não tem mais que dizer ou mostrar, não percebendo esses mesmos que, ao pensarem assim, estão a dar ainda mais consistência e credibilidade à mesmíssima frase sem que, coitados, se apercebam desse tremedo paradoxo.

Esta sinceridade, esta forma simples e sentida de estar é, ao fim e ao cabo, uma das premissas mais coerentes com o ser-se Tuno, o Tuno que rejeita o fáci, o facilitismo, o "sucesso" tipo "tunning" que, de tão ridiculo porque nada a ver, nem se apercebe o "tuningeiro" de tais figuras a que se presta.A sinceridade em Tunas é um postulado que anda arredado por via de regra, infelizmente. É, pois, natural que ao ver-se a sinceridade ilustrativa mais para mais, do que é ser-se de facto Tuna, se lhe dê um valor acrescido, para lá até da frase em si e do que a mesma encerra.

É preciso notar-se que o que para uns é "importante" , para outros não passa de coisa insignificante. Mas em Tunas, o que é verdadeiramente importante nunca esteve na ponta de uma caneta. Em Tunas, o que é importante é estar dentro da esfera da própria realidade tunante e não gravitar em torno dela. Em Tunas, este tipo de estado de espirito deveria ser regra generalizada e não uma excepção olhada por alguns como quem olha, com estranheza reinterada, para um imenso Palácio.

Quem olha para este tipo de postura como sendo um "fado da desgraçadinha" está, com esse pensamento, a colocar-se fora do que é a realidade Tunante de facto, naquilo que mais importa. Concordo em absoluto com a frase acima. É ela, antes de mais, reflexo e espelho do que, ao fim e ao cabo, deveriam ser todas as Tunas. Mas não é. Por isso a validade desta sincera e verdadeira frase, da maior naturalidade que pode existir para quem é, de facto, Tuno.

Comentários