A Aventura da visão exterior...

Como nos vêm, pelo lado de fora, já sabemos traços gerais. E como nos vemos nós uns aos outros? temática curiosa, que deriva de algumas premissas quase "sagradas" e que urge desmistificar e/ou desdramatizar, porque a meu ver, castradoras de evolução porque assentes em dogmas errados. Por partes vamos então:Em 1º, a noção de que existe uma espécie de respeito público por todas mas privadamente apenas por algumas.

Pode ser verdade que privadamente assim seja mas não deixa de ser verdade que, por via de regra, o "respeito" público pelos restantes pares existe, pelo menos aparentemente. É uma espécie de "paz quente" onde por vezes, se interpretam mal certos sinais que o emissor nunca quis emanar. Os equívocos e mal entendidos são uma constante e quem perde é o fenómeno na generalidade e isso é que convém referir e apontar, não fulanizar antes abordar um contexto. Não é de todo descabido que alguem assuma publicamente até certas posições porque claras e que não sofrem, por tal, de demagogia ou hipocrisia. Mas também se deve referir que por vezes invocam-se situações ao invés de nomes e tal não me parece descabido de todo.

Pode-se melhorar o ambiente geral discutindo entre aspas o que vai mal e não o comportamento, postura, etc de fulano e cicrano ou da tuna x ou y. temática dificil de gerir ou talvez não.A 2ª noção derrama da 1ª, que nos indica por tal, que muitas vezes se joga num tabuleiro de xadrez pejado de interesses. Aqui, a instituição surge acima das pessoas mas acontece que as pessoas fazem as instituições e isso é incontornável. Gerir os interesses da instituição deve estar acima de interesses pessoais ou inimizades, desde que essa gestão institucional não seja ela mesma e em si motivo de guerrilhas ou de "guerras frias".

Os tempos encarregam-se de mostrar muitas coisas e às tantas, até mostra coisas em que se tinha, porventura, razão e outras onde claramente não se tinha.A 3ª noção ao espelharmos a nossa imagem colectiva, é a noção de que quando se faz ou diz alguma coisa, a intenção é sempre má, quando não é de todo. Falar, pensar a TUNA no geral nada tem de pernicioso, até porque cada um na sua esfera, na sua Tuna, faz o que bem entende, logo aí fica tudo dito. Mas ao mesmo tempo, não se deve a meu ver, olhar o parceiro do lado com respeito quando ele diz coisas agradáveis e logo quando não as diz, olhar para ele de "nesga", como quem diz "estás-me a mandar indirectas".

Até pode estar mas não deve, se as indirectas forem versar somente um caso em particular. Porque a sensibilidade é fundamental, opinar requer alguma. Daí se concluir que opinar é um exercício de franqueza medida e que não deve estar imbuída de maus entendimentos ou interpretações, assim como quem opina não o deve fazer partindo de premissas concretas ou pessoais. Há espaço para opinar e quem quiser apontar o dedo a este ou aquele sobre algo, pois bem que o faça, mas não é opinião geral e abstracta, que fique claro, antes outra coisa qualquer.

Algo que sempre me fez espécie - e cada vez mais - é a noção "tribal" que ocorre amiúde entre as tunas. Sabemos todos que defender a nossa "donzela" é ponto de honra, apenas pergunto porque é que todos defendem tão bem a sua e poucos defendem tão bem a de TODOS, a TUNA em abstracto. Estranho, não?Dados para reflexão. Tenho amigos em tanta Tuna que hoje, se percorrer este país, arrisco-me a ter tainadas saudáveis a torto e a direito. É um património pessoal mas que deveria ser geral, de todos. Não é por os ter, porque amigos são, que não possa, particularmente, referir um caso concreto ou não. Já dei a "mão à palmatória" algumas vezes porque assim entendi faze-lo e não vejo nisso uma redução da minha personalidade tunante, antes uma prova de maturidade dela.

O amigo é aquele que nos diz como as coisas são e não o que nos diz sempre o que queremos ouvir. Tal frase nas tunas nacionais parece-me de dificil aplicação.Respeito - e aqui é uma opinião pessoal - todos os que estão neste magistério de forma correcta (o correcto aqui não está por acaso..) mas deve-se referir que antes de sermos da Tuna x ou y somos Tunos, de uma Tuna ou até de duas, que, por tal, passamos uma imagem a todos e "em nome" de todos. Outra noção é que "nós estamos sempre bem" quando por vezes estamos mal. Essa assunpção é fundamental para se evoluir, não achar que somos "imaculados" e que porventura se pode progredir.

Eu já errei, a "minha" Tuna também e que atire a 1ª pedra a que nunca errou ou faz sempre tudo bem. Naturalmente, somos seres humanos e o Tuno esquece-se de tal muito rapidamente à sombra do tal "conceito tribal" atrás referido, uma espécie de catalizador do ego de grupo e logo, do ego pessoal.Dizer por fim, que, como em tudo na vida, uns há com quem nos identificamos mais e outros menos, nada de mais natural. Não partilho de uma visão maniqueísta entre bons e maus, antes que há gente boa e gente má em todo o lado e nunca os "maus" estão na outra e os "bons" na "minha". É uma noção tão falsa porque o relacionamento humano mesmo sem tunas, na vida de cada um de nós, mostra isso mesmo.

Porque é que nas Tunas seria distinto?O "diz que disse" também ajuda a más interpretações e depois, a maus relacionamentos. Sou francamente adepto da terceira via, se for caso, nem bom nem mau relacionamento, antes nenhum porque tal é límpido e claro para todos os intervenientes. Em suma, como nos vemos uns aos outros? Eu cada vez mais vejo pessoas, Tunos antes de serem daqui ou dali. Sempre com a clara noção que também somos seres humanos e por tal, erramos e acertamos amiúde. Haja sensibilidade para "gerir" uma imagem geral, na certeza de que estas palavras são uma interpretação entre mil de como estar nas tunas.

É a minha visão do mundo tunante e do nosso espelho geral. Posso estar errado mas é a minha.Alguem alinha numa tainada algures num fim de semana, em local aprazivel? certamente que não é requisito para tal saber de que tuna é, antes que seja Tuno e que conviva com os demais saudávelmente. As instituições têm mecanismos para se relacionar - sim, são as pessoas que as fazem... - mas não se confundam esses mecanismos institucionais com os relacionamentos humanos. Gente do PS é amiga de longa data de gente do PSD e por aí fora. Saiba-se distinguir os planos também aqui.

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