A Aventura da "integridade académica"...

Qualquer manifestação de revitalização da Academia e a começar pelas Tunas, hoje e nos dias que correm, contribuí desde logo e em muito para esse desiderato e só pode ser mal visto ou por ignorância ou por má fé, acrescento desde já sem evasivas de qualquer espécie.

Louvados sejam aqueles que, só pelo acto estoíco em querer revitalizar a Academia se predispõem a isso mesmo, numa espécie de "pedrada no charco" que à partida é sempre louvável só pela coragem, mesmo contra aqueles que pregam desditas por motivos que não se conseguem (conseguem, conseguem...) discernir.

Devem pois estar todos os agentes envolvidos embuídos de um único propósito, a defesa das Nobres Tradições Tunantes e da Praxe Académica, sendo que existem mecanismos praxisticos e por tal, à falta de documentos legais escritos e no caso da Academia do Porto, mecanismos que sempre funcionaram de acordo com a Tradição oral e transmitida de geração académica em geração académica.

Todo o meu respeito e consideração pelas autoridades académicas sejam elas quais forem e de onde forem, são as mesmas fiel depósito de uma imensa Tradição única no mundo, se repararem. Que continuem pois a desempenhar o papel para que foram indicadas pelos seus pares pois para ele foram indicadas e não para outro qualquer.

Saibamos perceber que, mormente este meu optimismo, são hoje as Tunas as principais divulgadoras desse mesma Tradição além portas, em várias circunstâncias e salvo algumas - honrosas - excepções, são os Tunos os que mais vezes e melhor envergam a Capa e Batina num expecto de milhares de estudantes universitários onde uma larga maioria só o usa por duas ocasiões, quando entra e quando saí da Universidade, sempre pelas ocasiões festivas. Isto é um facto e não uma opinião.

Assim sendo e perante o actual cenário, resulta claro que as Tunas, neste capítulo, grosso modo souberam levar o seu estandarte em prol das Tradições avante e cá estão, revitalizam-se até, quando acontece precisamente o oposto noutros quadrantes - e já não comento sequer a importância crescente do Queimódromo por detrimento do Dia da Beneficiência, por exemplo. Neste actual cenário, ainda haver Tunas a correr país e mundo é algo cada vez mais relevante, não porque nunca o tenham feito - sempre o fizeram - mas sim porque em sentido oposto, perdeu-se a esência da Queima Tradição por oposição à "Queima Ocasião".

Não meto o "bedelho" nesta matéria, apenas e tão só relato os factos. Mas na mesma ordem de lógica, relatem então o que as Tunas andam a fazer desde sempre e não metam, por tal, o "bedelho" nelas. Parece-me pacifico com todo o respeito de quem não é Tuno me merece, seguramente.

Quem quer exigir, então terá de se colocar a jeito para o fazer e não, por exemplo, impedir ou permitir que as tunas no Porto não toquem no palco principal do Queimódromo. Quando isto ocorre - como ocorreu - parece legitimo que haja da parte das Tunas algum reciprocidade nestas matérias, o que não significa de todo atitude beligerante, muito pelo oposto. Sempre estiveram as Tunas dispostas ao diálogo seja com quem seja.

Mas para se exigir às Tunas tem forçosamente de existir uma clara respeitabilidade geral e consciência de que as mesmas são parte intrínseca de um todo, a tal noção de irmã. Mas às vezes parece que são enteadas...

Comentários

Nokas disse…
Concordo em muito com vários aspectos que abordas ao longo das tuas (peço desculpa pela ousadia de te tratar por tu) aventuras na Tunolândia.
O que me deixou deveras com a "pulga atrás da orelha" foi essa não permissão das tunas do Porto poderem subir ao palco principal do Queimódromo. No Instituto em que estudei, embora com uma semana académica de menores dimensões no que diz respeito a festas e concertos, o palco principal sempre foi - felizmente- ponto de passagem obrigatório para as tunas da cidade.
Não tens de pedir desculpa, de todo, entre Tunos é assim mesmo! Mas infelizmente, é verdade. As Tunas do Porto não sobem ao palco da Queima das Fitas. Porquê? Em parte já adiantei, outras explicações mais "técnicas" ficam por dar certamente. O que realmente importa neste contexto é a noção de importância e relevância que as Tunas (não) têm ou então, se preferirmos, as Tunas só interessam em determinados pontos e contextos que, obviamente, não são os mesmos que interessam às Tunas.