A Aventura do Exemplo

Mas nem tudo é mau neste nosso mundo tunante, de facto, muito pelo oposto deve-se referir. Ainda andavam alguns e algumas entretidos(as) na "Queima do Wonderbra", já o fenómeno Tunante andava nos seus devidos e tranquilos carris, sim, porque estes "peditórios" perdem-se no tempo e o que sobra no fim é o natural, essencial e fundamental para o fenómeno.

Voltando então ao essencial:

Não é fácil ser-se um Exemplo neste mundo tunante de hoje, pejado de brutais conveniências ao sabor de invenções sempre narcisistas e disfarçadas de "inovação". Se por regra já é dificil ser-se um Exemplo por si só, então no actual cenário mais dificil o é.

Chegar à dezena e meia de anos de actividade ininterrupta, de forma coerente e com uma vitalidade invejável a todos os títulos e ainda sobreviver aos "sniper´s" tunantes que vão dando tiros ao que realmente importa nesta Tradição (é verdade, a Tuna é uma Tradição, !) é de facto, notável sob qualquer ponto de vista.

A "embrulhar" docemente o atrás dito está a perfeita comunhão com uma cidade e uma região, elevando de forma concreta esta dezena e meia de existência a um nivel que, provavelmente, será ímpar em todo o panorama tunante nacional, pelo menos, eu nunca vi tal.

Uma Tuna que sobrevive quinze anos sempre a progredir a vários titulos, ciente dos passos que dá responsavelmente, corrigindo os erros, aceitando humildemente os mesmos que porventura possa ter cometido, inovando mas com coerência e com uma vitalidade cada vez maior, terminando numa clara qualidade a vários títulos que está patente em vários cenários, desde o musical ao humano, etc e com um perfeito alinhamento com a sua Cidade e região - e só quem ouviu milhares de pessoas a cantar em uníssono "Viseu, Linda Cidade Museu...." é que percebe o verdadeiro alcance do atrás dito - merece obviamente uma referência de peso da minha parte e, seguramente, da parte de muitos. Descontando a minha simpatia pessoal, não é menos verdade que após o devido desconto, o valor é de facto ainda muito alto, guindando a mesma a um patamar que orgulha qualquer Tuno seja ele de que latitude seja, porque acaba por dar sentido ao que realmente é importante numa Tuna: o seu reconhecimento, credibilidade e responsabilidade perante a sociedade em geral.

É a Infantuna Cidade de Viseu algo muito para lá de uma mera Tuna; é uma forma de estar na vida dos seus intervenientes, uma familia que também sofre (e em momentos passados bem sofreu com perdas pessoais) mas que comemora e se diverte entre si e com os outros, sabendo ser naturalmente amigos e sempre com humildade e um sorriso rasgado, vai "navegando a cantar" como reza aquele tema tão conhecido.

No meio de tanta descaracterização que vai havendo, acabamos por ter este verdadeiro Exemplo, mostrando que, afinal, ainda vale a pena ser-se coerente com a Tuna em si mesma. Afinal, é fácil reconhecer valor aos que a têm. Mas valor de facto.

Estendo a minha vetusta Capa no chão nesta efeméride, deixando por ela passar cada Infantuno.

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