A Aventura da "Maioria"....

Estamos em plena época de Queima das Fitas ou melhor dito, de "académicónegócio" que se vale da letargia de uma imensa maioria. Maioria essa, aliás, que é desde há uns anos e no seio do academismo universitário, uma imensa moldura humana de carneirismo primário e por tal, desprovido de sentido critico e de pensamento coerente.

Papini disse um dia sobre as multidões, que tão bem encaixa nesta época em concreto por este país fora, por essas "academias" fora, por este mundo tunante fora:

"Nas multidões, a união é constituída pelos inferiores e fundada nas partes inferiores de todas as almas. São florestas em que os ramos altos não se entrelaçam, mas apenas, em baixo na escuridão, as raízes terrosas. Todos perdem o que os torna diferentes e melhores, enquanto o antigo rústico - que, entre obstáculos, mordaças e açaimos, parecia aniquilado - acorda e muge. Em todas as multidões, como em toda a Humanidade, os medíocres são infinitamente mais que os grandes, os calmos que os violentos, os simples que os profundos, os primitivos que os civilizados, e é a maioria que cria a alma comum que imbrica e nivela todo o agrupamento de homens. " (fim de citação)

A maioria a que aqui me refiro está também dissimulada no seio tunante nacional, maioria essa que também se arrasta qual arrastão inócuo de personalidade tunante, desprovida de carácter e que ainda por cima desdenha a coerência, saber e postura verdadeiramente Académica e Tunante.

Confesso que por muito que me repugne a maioria onde está hoje o academismo universitário mergulhado, será paradoxalmente esta a levar ao de cima os verdadeiros e reais valores de sempre, o cultivo pelo saber e pela sua correcta transmissão às gerações vindouras. No meio de tanto carneirismo, irá sobressair sempre quem é coerente na forma de ser e estar.

Disse um dia Goethe sobre a Maioria:

"Nada é mais repugnante que a maioria. Porque a maioria é constituída por uns quantos precursores dotados de grande força, por tratantes que se acomodam, por fracos que se vão assimilando e pela massa que se deixa arrastar sem saber minimamente o que quer. " (fim de citação)

Não poderia estar mais de acordo. Hoje, a Queima da maioria é negócio de copos e não Tradição. Hoje a tuna da maioria é ser-se inconsequente, palhaço, inventor, arrogantemente musical e ignorantemente cultural. Ainda bem que detesto maiorias...

Comentários