A Aventura da realidade virtual





Recentemente tive o prazer de ler uma abordagem precisamente sobre esta matéria, ou seja, até onde pode ir a realidade virtual e a mesma acabar por se "substituir" à própria realidade de facto. Nada de novo neste tema tão actual, diga-se.

Em matéria tunante - como em inúmeros outros assuntos e temas da vida social quotidiana - esta temática revela-se particularmente interessante, pois - como noutros campos da vida social - a realidade virtual tende a substituir-se entre aspas ao normal relacionamento entre o ser humano, podendo eventualmente, catapultar alguma falta de observância normal no relacionamento interpessoal, pela pretensa substituição desta pelos meios actuais e tecnologicamente tão ao dispôr como hoje os temos.

Não vejo pessoalmente o uso destes meios em particular como necessáriamente sucedâneos da normal convivência e relacionamento entre pessoas, tornando estes meios numa espécie de "second life". A questão é que estes meios não podem servir para desculpabilizar a "prime life" se assim quisermos chamar ao normal relacionamento entre as pessoas. Os computadores, a web, os telemóveis não são mais do que foram a seu tempo a roda, o fogo ou a pólvora: são meios para possibilitar uma melhor vida, relacionamento e desenvolvimento entre e para o ser humano. Certo que sucedâneos, não são substitutos da vida real. O problema sempre foi qual o uso a dar aos meios que, a seu tempo, surgiram; uns usam armas para evitar os tribunais e assim matam outros, outros usam porventura as novas tecnologias para evitar o "face to face".

Esta questão no mundo tunante acaba por ser tão pertinente como noutro meio qualquer, tem naturalmente as suas cinergias e relevância mas não passa disso quando usados por pessoas sensatas que não usam estes meios como substitutos, antes como sucedâneos de forma a maximizar o relacionamento entre as pessoas, a dispersar a informação agil e rapidamente e assim, fazer girar o mundo. Obviamente, nem sempre assim se passa e também no mundo tunante; quando há um ENT, por exemplo, não vejo nessa mesma oportunidade os mesmos que "vejo" virtualmente a dizer X ou Y. Mas não os julgo cobardes por isso, note-se.

A realidade virtual não substituí a realidade de facto. Nada de mais sensato até. Mas que a realidade virtual quando usada com a mesma frontalidade e sensatez que quando fora dela, pode e deve ser estimulada até, porque ferramentas de uma utilidade pertinente. Saiba-se é utiliza-las devidamente.

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