A Aventura Holandesa...


Nos antípodas da aventura anterior temos então a Aventura Holandesa. Europa Central. Cultura de rigor, organização, método, pouco expontânea mas ao mesmo tempo natural. Uma Holanda que não se basta a Vacas (mais uma vez, parental advisory por causa das analogias...) nem a terra conquistada ao mar pela força da engenharia. Países Baixos com niveis elevados, que fazem sentir ao português o que de facto é a Europa, que faz de alguma forma sentir ao "tuga" que vive no país mais industrializado e desenvolvido..de África.

Começa logo pelo Aeroporto, no caso, de Schiphol, nos arredores de Amesterdão. Aí já se fica com uma ideia clara do que é a Europa de facto, não a que temos por cá mas a que os outros europeus têm por lá. Brutal a todos os niveis, onde nem sequer para se apanhar um comboio é necessário sair da gare do aeroporto. Comboios esses que estavam já anos-luz á frente da 1ª Classe do nosso Alfa. Enfim, Europa com muita natureza na paisagem e a caminho de Nijmegen, cruzando parte do território Holandês. A holanda da bicicleta e do emigrante Indonésio nas ruas a vender as suas salsichas tamanho XXL regadas com ketchup mas também a Holanda de um nivel de vida muito acima da média europeia, sem qualquer sombra de duvida. Holanda de montras vermelhas ao lado de Igrejas Protestantes em salutar convívio, das Coffee Shops pejadas de executivos e outros de onde toda a gente saía a rir por qualquer razão que me escapa neste momento....

Holanda onde caía de paraquedas uma Tuna portuguesa, concerteza, onde todas as ruas inevitavelmente tinham nomes terminados em " Stadd ", o que numa língua insondável até servia para alguma coisa ao Tuno "tuga" nem que fosse para o baralhar ainda mais. Fica-me na memória entre várias peripécias a serenata com que em Nijmegen brindamos umas simpáticas trabalhadoras liberais sentadas nas suas montras à luz rubra, sendo que após dois ou três temas, o tio das meninas (um ar familiar à cena fica sempre bem...) resolve convidar-nos a entrar para que tocassemos (mais uma vez, parental advisory...) mais uns temas mas agora aconchegados pelo calor dos aquecedores que mantinham as "sobrinhas" em trajes menores sem qualquer resquício de constipação. So far so good.

A Tuna entra e executa várias peças sendo que, a paginas tantas, alguém pergunta onde está o caloiro Mané, esse pelintra que nos tinha habituado então a fazer das "suas" por sistema, sendo que não raras vezes as que fazia eram carregadas de enorme sentido de humor. "Mané, Mané!" gritava-se então a plenos pulmões por toda a casa das "sobrinhas solitárias" onde muitos indigenas passavam frequentemente um "bom serão". Eís que encontramos o inigualável Mané, esse Caloiro com C grande, sentado numa montra avermelhada, aos olhos dos transeuntes que por ali passavam seguramente não à procura de um Pastor Protestante para redenção dos seus pecados, em plena posse convidativa e lânguida insinuando outras "artes", imitando o apelo das "sobrinhas" que estavam em plena pausa musical a disfrutar das músicas da Tuna. Tudo isto sem que qualquer um dos Tunos o mandasse sequer fazer tal proeza...

A Holanda. Uma Tuna na Holanda passa inevitavelmente por isto e muito mais. Gostam imenso os Holandeses de tudo que seja "caliente" e Latino e a Tuna aí, não é excepção. A Tuna na Holanda é em teoria uma antítese. Mas na prática resulta muito bem e a Tuna sabe chegar a públicos supostamente dificeis que se vê e sente, depois, serem extremamente acolhedores. Sala cheia, Teatro de luxo, som de alto nivel "made by Phillips" and so on. A Holanda é um sitio imperdivel para qualquer Tuna que pretenda fazer uma digressão. Gostei muito mais, pessoalmente, de estar em digressão com a Tuna na Holanda do que no Brasil. Mas isso sou eu...

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