A Aventura da "Balcã-visão"....

Dei-me ao trabalho e por acidente, confesso, de assistir a mais uma edição do famigerado Festival da Eurovisão da Canção, um misto entre o péssimo gosto generalizado e a imbecilidade atroz. Adiante....

Estéticas à parte, o exercício que mais me divertiu foi o das votações, onde várias vezes acertei para quem iam os doze e os dez pontos, bastando para isso saber que país estava a votar, num exercício de geopolitica musical muito engraçado e que faria as delícias de grandes estrategas militares e diplomáticos. Nunca a geopolítica teve tanta graça e previsibilidade como aquando do Festival da Eurovisão da Canção. A "emigrantada" residente fora do país apoia patrioticamente a sua canção, as fronteiras comuns dão um jeitaço - e ganham os países que mais fronteiras têm... - e Portugal leva os dez pontitos da ordem dos espanhoís e vice-versa, o que é notável porque o mesmo exercicío acima só que em escala de "tesos". Até a Turquia votou na canção Grega e vice-versa, coisa tão improvável como seria ver Pinto da Costa tornar-se sócio do Benfica ou a gasolina baixar de preço em Portugal....

A zona dos Balcãs ganha de longe, seguida pela zona Báltica de perto mas distanciada já da terceira classificada, a Zona Escandinávia. A Zona Ibérica aqui não vale um tusto nesta correlação de forças - Andorra não conta para nada..

Moral da história: a Cosa Nostra ao pé deste cenário são meninos de côro bem comportadinhos; ganha sempre uma música "vou ali e venho já" e as melhores de facto ficam bem lá para trás..

O que é que isto tem a ver com Tunas, perguntarão Vªs Mercedes? Simples, às vezes o nosso pequeno mundinho parece uma fotocópia mal tirada desta "Balcã-visão".....


Outro paralelismo engraçado: Antes, alguns clubes de futebol tinham no banco de suplentes um reles plástico amarelo onde se sentavam os craques que não alinhavam no onze inicial, uns assentos foleiros, duros e básicos. De um dia para o outro, passaram a ter bancos "Recaro", ergonómicos, aquecidos, iguais aos dos carros do WRC, de um conforto fabuloso a todos os títulos. Foi saltar do pré-histórico para o ultra-moderno, sem passar por mais lado algum. Notável no caso até. Mas em Tunas saltar do Jurássico directamente para o futuro pode ser pernicioso, pois de uma tradição se trata. Eu pessoalmente, desconfio sempre destes "saltos" entre extremos....

Comentários

OMEGA disse…
ahahah...
Subscrevo inteiramente, quer a 1ª quer a 2ª parte.