A Aventura do genuíno...


Agora que se acabaram as "queimas" e afins e os cofres das Associações/Federações/Bandas e Companhia Limitada estão devidamente forrados e os dos estudantes olímpica mas coerentemente vazios, voltamos ao "real world" tunante com toda a "dranguilidade", parafraseando esse grande filósofo do rectangulo relvado... Bom, vamos ao que interessa:

No passado dia 3 de Maio ocorreu mais uma edição daquele que é o festival de tunas competitivo mais antigo do mundo com periocidade anual, o Certame de Tunas do Distrito Universitário de Sevilha. " So far, so good", dir-se-ia.

Mas não. Ao que parece a polémica este ano instalou-se e a imitar os certames portugueses no seu pior: Ganhou Filosofia e em 2º ficou Biologia mas merecia antes Medicina ganhar - dizem as crónicas do Reino Hispalense - e Económicas, a aguardada como Melhor Tuna, ficou-se pelos lugares abaixo do pódium, entre outros considerandos a soar a "apito dourado" e afins. Un tremendo lio à portuguesa mas em Sevilha, porsupuesto.

Grande "patuá" entre os Tunos de Sevilha corre pelas ondas da Internet no forum http://www.tunos.com/ com link aqui ao lado. Começo a ler aquilo de ponta a ponta e eís que me deparo com um amigo de longa data, com quem me cruzei em meados de 1995 na Holanda, da Tuna de Aparejadores de Sevilha (Aparejadores é a mesma coisa que Arquitectura Técnica), de sua alcunha Patillas, com quem privei como disse faz longos anos. Um senhor, postura Quixotesca, tipico Sevilhano, conhecedor q.b. desta e de outras Artes e acima de tudo, um amigo daqueles que temos pena de não nos termos voltado a cruzar por este mundo tunante.

Diz então, no meio da habitual retórica do "quem merecia ganhar e quem não merecia" o Patillas:


"...mi tuna, la tuna de Aparejadores de Sevilla, no ha faltado nunca a cantar en el certamen de Sevilla, solo que desde hace algunos años, cantamos fuera de concurso. Es decir descalificada por no presentar jurado (*). Algunos se preguntaran el porque, pues entre otras muchas razones, es precisamente por lo que estais leyendo en esta tema y porque ultimamente practicamos una filosofia no competitiva.

Eso nos hace vivir el certamen de una forma diferente, relajada, sin conflicto, cumpliendo con todas y cada una de las obligaciones. Acudiendo al pasacalles y cumpliendo con nuestro tiempo de actuacion. Aconsejaria a mas de uno que viera asi el certamen para que no acaben en el psiquiatra porque se exceden muchas veces con el calenton en las formas, cuando quizas deben de ver mas el fondo. " (fim de citação)


Palavras de um Senhor, digo eu. Uns discutem, outros...vivem...genuínamente.


Saludos para ti, Patillas! Y Viva Sevilla!




(*) Neste certame, todas as tunas têm de apresentar um elemento para compôr o Jurado, por sua vez composto por elementos de todas as tunas a concurso, caso oposto, está essa Tuna desclassificada à partida.

Comentários

J.Pierre Silva disse…
Precioso porsupuesto!

Um exemplo que devia por a pensar muito boa gente e muito "boa" tuna.
De facto, o certame competito, par aalém das suas reconhecidas virtudes, não deixa de potenciar e, não poucas vezes evidenciar, o pior que há no mundo tunante.

Competição desenfreada e em doses industriais dão naquilo em que nos tornámos, hoje em dia.

Vai valendo que ainda há quem desalinhe e opte por uma postura mais condizente com o "correr la tuna"!