A Aventura Mexicana

Muita "mitologia" sobe a outras tantas "doutas" cabecinhas quando se recebem Tunas da América Central e do Sul em alguns dos nossos certames internacionais que por cá vamos organizando. Muitos juram a pés juntos pela sua "virgindade tunante" que as Tunas do lado de lá são mais recentes que as nossas tunas portuguesas e outras variantes da "bacorada monumental" vão grassando por aí e, pior, passando como "verdades dogmáticas". Não vos maço muito: fiquem só com o essencial, porque sobre a Tuna Mexicana há muito, mas muito mais a dizer....


A Emigração da Tuna para o México:

Com a chegada dos espanhois começou o intercâmbio cultural e com o surgimento das primeiras cidades, a educação floresceu por parte do Clero principalmente pela mão dos Jesuitas e suas universidades.
Em 1538 sob a advocação de Santo Tomás de Aquino, inaugura-se a Universidade de Santo Domingo, seguindo-se no Perú onde se funda a 12 de Maio de 1551 a Real y Pontificia Universidade Mayor de San Marcos e a Universidade Pontificia de México, que são as mais antigas e por vários séculos foram as mais importantes da América, criadas por Cédula Imperial de Carlos V, que contava com os mesmos privilégios e estatutos da Universidade de Salamanca.

Mais tarde Felipe II por ordem Papal, decreta a Universidade de México como sendo Pontífice e Real do México em 1595. Posteriormente em Guanajuato e em 1732, funda-se a sua Universidade com o nome de Santísima Trindade e em 1757 a de San Felipe é fundada em Santiago de Chile.

Também a Tuna cruzou o Atlantico e chegou à América trazida por jovens estudantes emigrantes da Península Ibérica e assim foi transmitida aos filhos destes - crioulos - que foram difundindo a Tuna através dos anos por todo o continente e logo por todo o mundo.

A imagem do Tuno não era muito aceite em alguns meios, particularmente pela Igreja. Cabe recordar que a Coroa Espanhola e a Igreja Católica exerciam um grande controle sobre o que deveria ou não ingressar nas colonias de modo que só o que se considerava literalmente " são ", para os interesses Reais era admitido nas colonias. No entanto não foi senão até finais do Século XIX que surge a primeira Estudantina emigrada espanhola chamada de " Fígaro ", fundada em 1878 por Dionisio Granados, que chega à América aproximadamente em 1880 em primeira instância a Cuba, Porto Rico e posteriormente a Veracruz e à Cidade do México aproximadamente em 1881-82, chegando a terras Chilenas em 1884.


Na segunda metade do Século XX:


Em Setembro de 1961, Tunos de diferentes faculdades da Universidade de Madrid reunem-se para iniciar uma digressão em distintos países da América, durante todo um ano, com o objectivo de dar a conhecer a Tuna como instituição estudiantil universitária, que até então sobrevivia sozinha e era popular somente em Espanha.

Criou-se por força desta visita um interesse em constituir agrupações similares em toda a América. No caso particular do México existiram várias etapas de formação; Uma que se viu travada em finais do Século XIX para ressurgir posteriormente nos inicios do XX. No centro do país, sobretudo na zona Guanajuatense nasce de maneira formal a tradição das Estudantinas que encontra ecos nas distintas universidades e povoações da provincia e no Distrito Federal. Mais perto da Capital em 1963, funda-se a Tuna Universitaria de la Salle de Puebla e dois anos depois a Tuna de La Salle, ( Cidade do México ) por um grupo de estudantes, alguns filhos de espanhois, com o firme propósito de dar continuidade à tradição tunante.

Comentários

J.Pierre Silva disse…
Belo apontamento!!!!