A Aventura da Prevenção...

Que não seja mal interpretado. Mas de facto, prevenir ainda vai sendo o melhor remédio, mesmo com a H1N1 a fazer disparar as acções das farmacêuticas....

Indo á questão substantiva, portanto. O ENT surgiu com uma clara e objectiva missão, que seria - será - proporcionar um espaço de diálogo, troca de informação e formação objectiva sobre o fenómeno tunante nacional em sentido lato. Surgiu por manifesta falta desse mesmo espaço, face to face, de forma a potenciar a aproximação de facto, a troca de experiências, percepções de outras diferentes realidades dentro do espectro nacional, em suma, como local previlegiado para se pensar a Tuna. Poder-se-á advogar que em algumas ocasiões correu melhor, noutras menos bem, se atendermos à questão substantiva que serve de alicerce à lógica do Encontro Nacional de Tunos ou Tunantes, como preferirem.

Mormente o ENT - como ficou conhecido - ter ainda uma jovialidade objectivamente carente de afinações, melhoramentos e clara missão a atingir, não deverá a meu ver correr o risco de dar primazia ao acessório em detrimento do fundamental. O ENT por si só não pode servir de olimpica desculpa para se fazer uma série de coisas que poderiam muito bem ser realizadas - como já são até, algumas - em outros contextos tunantes. Deve por tal ter sempre bem presente a matriz, o gene que lhe conferiu a natureza, ou seja, diálogo, debate e possibilidade de contraditório em matérias de fundo e pertinentes para o todo do fenómeno tunante português, não se refugiando nas restantes actividades que seguramente muito nobres mas sempre suporte do objectivo primeiro. Aliás, o sucesso das melhores edições do ENT deve-se precisamente à aposta no essencial e não no acessório, se repararem com propriedade.

O ENT é de Tunos e para Tunos, é a eles que serve, é para eles que existe e não por e para mais ninguém por muito ilustre ou desconhecido "paraquedista" que seja. O ENT serve a Tuna em ultima e primeira instância e não serve mais ninguém em absoluto rigor; não é missão do ENT extrapolar-se como tal para fora das portas Tunantes nacionais, quanto muito se for um bom ENT poderá fora de portas tunantes recolher os louros de tal. É um espaço períodico onde podemos encontrar amigos, tocar umas malhas, beber uns copos, abanar o capacete e aprender técnicas sobre este ou aquele instrumento. Mas sempre como pano de fundo a um palco principal que é o debate, a conversa, a tertulia, o diálogo aberto, directo e frontal. Sem este ultimo não existe ENT, antes sim uma coisa qualquer que não serve o propósito essencial do ENT, do mundo tunante nacional.

Pela mesma ordem de razões, o ENT é para os que lá vão e porventura dele saem reflexões que depois, em diferido, poderão servir a muitos para vantagem do todo. Por isso é que é indiferente se o ENT tem 30, 300 ou 3000 assistentes; os que lá vão, os Tunos - os outros são... os outros - é que são o ENT falado, dialogado, debatido. Não gostaria pessoalmente de ver o ENT transformado em algo que não aquilo para que foi criado e pensado. Caso oposto, não é o ENT.

Fica o humilde alerta, nada mais que isso.

Comentários

Marta disse…
"O ENT é de Tunos e para Tunos, é a eles que serve, é para eles que existe e não por e para mais ninguém por muito ilustre ou desconhecido "paraquedista" que seja."
Lamento discordar desta afirmação. O ENT é efectivamente, e em última instância, maioritariamente para tunos. Já estive presente num ENT, tenciono estar presente novamente este ano e garanto que aprendi muito sobre um tema que me interessa muíto.
Na minha óptica, não se pode encarar um ENT apenas como reflexões, debates, partilhas e conheecimentos para tunos, mas também para quem se interessa por estes temas.

Abraços.
Boa Tarde, Marta

Sem qualquer azedume ou desconforto reafirmo que o ENT é em ultima instância, primeira e restantes para Tunos, o que obviamente não invalida a presença de curiosos sobre esta matéria, o que só dignificará o fenómeno com a sua curiosidade sobre o mesmo.

Aliás, tal como disse, se o ENT tiver qualidade mais facilmente poderá fora de portas tunantes criar "soundbytes" positivos sobre o que somos, fazemos e representamos, o que seria excelente. Contudo, sendo Encontro Nacional de Tunos é por estes e para estes que ele existe, reafirmo convictamente, sem prejuízo obviamente - e reafirmo - que outros curiosos participem - como já participaram noutros ENT até na qualidade de oradores tais como Alberto Sardinha e só para citar um exemplo. Pacífico, como é pacífica a distinção entre sócio e simpatizante.

O ENT nasceu para se dialogar, formar e informar, entre todos os Tunos e para todos os Tunos presentes. Desde Évora até à mais recente edição. Outra coisa que seja desvirtuar esse espírito dialogante como principal motivo para a realização do ENT será transformá-lo em algo que não o propósito para o qual foi instituido. Estive em praticamente todas as edições e sempre assim foi e ainda bem. Tenho já neste momento a certeza que o próximo assim será também, algo com que me congratulo desde já.

Encontro Nacional de Tunos. De Tunos para Tunos. Designação esta que poderá servir para um espaço de diálogo, para um acampamento ou para um mero encontro à meia-noite num qualquer local. Mas este ENT em concreto existe principalmente - e não descurando o restante que sempre se fez também - para reflectir, debater, partilhar conhecimentos e trocar informações com vista à formação do todo comum.

Finalmente, dizer que o direito à livre associação permitirá concerteza que se criem outros encontros nacionais de Tunos para outros propósitos, parece-me lindamente e até me solidarizo com essas iniciativas caso venham a ocorrer, prova do dinamismo que nós, Tunos, vamos tendo.

Abraços.