A Aventura do " The Dark Side of the Moon"


Título de um famigerado Long Player dos não menos famosos Pink Floyd, album conceptual da mítica banda que, curiosamente, fala sobre as pressões da vida, como tempo, dinheiro, guerra, loucura e morte. Apropriado sem dúvida para o que aí vem nesta "Aventura".

Ao longo de um estudo já com três anos tenho-me vindo a deparar com curiosas pressões da vida, outras quiçá que não as acima, mas que permitem discernir a óbvia lacuna temporal e espacial de que o fenómeno tunante português tem vindo a sofrer. Têm-se pensado sobre a Tuna nacional numa óptica parecida com algo como sendo "Tuna é hoje, é isso que conta", resumindo uma tradição a uns parcos -e algo parvos, diga-se - vinte anos e mais nada. Nada de mais profundamente errado, posso afiançar.

Se porventura alguns dos leitores tivessem a mais pálida imagem global, intemporal e espacial do que é de facto, a Tuna Universitária, muito provavelmente teríamos hoje Tunos e Tunas mais preparadas para encarar melhor os dias de hoje, as saudades do futuro que todos bradam e mais do que isso, preparadas para entender de facto o que foi e é esta Tradição. Muita coisa se foi descobrindo ao longo de três anos, umas curiosas, outras confirmações, outras mitos, outras verdades escondidas habilmente e assim sucessivamente, fazendo desde logo perceber que o que todos nós vivemos de facto - uns 5, outros 10 ou mais anos - são, no compto geral, uma pequena gota de um imenso mar ainda por desbravar devida e competentemente. O que anda a "malta" a fazer é de facto, tão pequeno ao lado da densa e rica história Tunante de séculos, que faz perceber desde logo o tremendo umbiguismo a que estamos votados, por esquecimento ou negligência face ao que é o todo de uma Tradição secular.

Centramo-nos, pois, até aos dias de hoje, nos tais vinte anos, vividos intensamente estou certo mas tão intensos na sua vivência como néscios na sua envolvência geral, no seu contexto maior, no seu papel evolutivo e de mutação constante por interacção com a sociedade em geral, ela também que se foi mutando ao longo dos séculos e por estas partidas do mundo. Olhando com alguma tranquilidade despreendida, a pesquisa sobre o fenómeno Tunante é uma autêntico banho de humildade tunante, numa época onde pasme-se ainda há quem acha que pode, num ápice, mudar algo de tão tradicional como um qualquer ícone, por exemplo, da cultura tunante. Olho com graça e em claro rigor técnico para a sobrevivência e evolução de uma tradição tunante que nunca precisou, p.ex., de competição entre tunas para sobreviver ou afirmar-se. Olho com particular piada e confessa pena para aqueles que julgando tudo saber e afirmando a pés juntos que a música é só o que interessa em Tunas universitárias, para o que andaram a perder na procura de tanto querer ganhar. Olho com bastante piada para alguns que arrogados de uma pretensa - parola - superioridade moral nem sequer se dão ao trabalho de perceber que a sua arrogância é tão facilmente desmontável como desprovida do mais importante que um Tuno pode encerrar: humildade.

Enfim, saíndo do mundo tunante dos ultimos vinte anos tenho vindo a descobrir o imenso mar que envolve estes micro-vinte anos "tugas", percebendo e concluíndo que, de facto, foram vinte anos intensos, tão intensos quanto néscios e arrogantemente egocêntricos. Com tanto mar que tenho descoberto nesta viagem pela Tuna com T grande, tenho levado um banho valente que só me tem feito bem, de forma a perceber melhor o quão pequena é a poçita "tuga" com vinte anitos. Só faz bem, meus amigos. E com estes banhos percebo muito melhor o umbiguismo arrogante, anti-voluntarista e ignorante deste "boom" tunante que vem dos anos 80 e 90 do Século XX cá pela Nação Valente e Imortal, o nosso "Dark Side of the Moon" que alguns teimam em querer clarear.

Um dia destes já poderão os interessados tomar uns banhos valentes de Tuna com T Grande. Aos que têm medo de águas límpidas tunantes recomendo...juízo. E futsal ou matrequilhos; estão no mar errado....

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