A Aventura do "Generation Gap" Tunante

Mais uma cyber-surfadela em plena crista da onda, do inside para o outside do tubo e deparo-me com um forum que entre outras coisas, tem um tópico sobre Tunas.

Bom, há que ler, de fio a pavio, para não opinar de cor por força de uma leitura na diagonal com todos os riscos que a mesma provoca. Após a mesma leitura mais atenta, o chorrilho de frivolidades e futilidades que assola a ideia geral do que é uma Tuna - e já nem sequer falo de ileteracia tunante... - tornou-se a dado passo um Tsunami que afoga qualquer surfista conceituado, que fará um de weekend em plena praia de Santa Mónica na Califórnia. Mas depois, assolado perante tanta "sei-lá-bem-o-que-lhe-chamar " apercebi-me afinal do fundamental: O tremendo Generation Gap tunante que, mais do que esperado, é até toleravel. Afinal, não será mais nem menos do que as frivolidades e futilidades em torno do tema que todos nós, Tunos, nos prestamos quando, fresquinhos de vinte aninhos, tinhamos uns "experientes" e "sapientes" 3 meses e pico de Tuna. Por aí, aceita-se perfeitamente. Por lá passamos também.

O risco de um qualquer distanciamento geracional será a perda consecutiva e inocente de factores que são básicos e característicos por tal de uma determinada cultura. Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto, no folgor da Mocidade, ó Mocidade, louca, ingénua e generosa e faminta de ilusão é então tudo lindo, filhinhos; nada do que se diz saber é inquestionável e muito menos o que nos dizem a nós, nesses tempos joviais, é de facto e no limite, verdade, donos dela que somos aos vinte anos.

No entanto, este Generation Gap tunante por muito que de néscio nos mostre, revela um lado perfeitamente tentador, o da continuidade, da progressão. E tudo o que é tentador obviamente possuí um grau de risco mais ou menos elevado no que toca ao realmente importante. Eu, pessoalmente - e por muito freak que ache que uma das motivações para se entrar numa Tuna é tocar pandeireta para assim - e cito - sacar umas gajas (!!??) - ainda assim tento, confesso, tento, retirar desse cenário o melhor possivel: pelo menos há quem queira entrar para as Tunas. Depois de lá chegarem vê-se se é mesmo assim como pensam...(valha-lhes o excesso de confiança e gabarolice...).

Ora, do entrar - seja sob que motivação seja - ao lá Estar e Ser Tuno é que vai uma distância tão grande como daqui à Patagónia - por muito patuá que um Tuno fresquinho de 3 meses possa ter para, com uns saltos, dar a volta à incauta (ainda as haverá?) Donzela lá do burgo tunante.

Bom, é um começo. Mas um Cristão não o é somente por ter sido baptizado e untado com os sagrados oleos, como não será por se ter a carta de condução que acto contínuo se vai substituir o Filipe Massa na Scuderia Ferrari. Tudo implica um percurso, um caminho. Se por um lado me assustam (??) as motivações da malta de hoje para aderir a uma Tuna, por outro e vendo friamente, da forma que a procissão vai, já me estou nas tintas que haja quem vá na procissão a pensar que aquilo é um pasacalles com uma figura de gesso às costas "ligeiramente" parecida com o Sr. dos Passos lá da terra da avó. O problema reside noutro sitio: É durante a procissão esta malta dar pelo engano e depois, conscientemente, sair da mesma de fininho ou então, manter-se a tocar pandeireta com o ar mais inocente deste mundo atrás dos ouvidos do Sacristão e do Sr. Padre Cura, afirmando a pés juntos que uma procissão tem pandeiretas a tocar. Ou seja, um bocado daquilo que hoje vemos nas Tunas onde há claramente uns moços a querer impingir coisas que de Tuna nada têm. Esse é o verdadeiro perigo.

Generation Gap Tunante. Não pelo Gap geracional em si. Mas antes pelo que o mesmo pode acarretar para o desvirtuar do que realmente é uma Tuna Universitária. Já hoje vemos isso.

Entre a néscia ingenuidade pueril e a má intenção propositada, mil vezes a 1ª.....

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