A Aventura da Contabilidade Tuneril.....

Disse, noutro espaço cibernaútico, em 10 de Janeiro de 2006....


De facto, até neste aspecto Portugal vive "acima das suas possibilidades" e as Tunas e seu número mais não é que outro sinal disso mesmo, agora no plano meramente académico/tunante. Uma simples constatação dos números faz-nos aferir - entre outras coisas - conclusões deveras interessantes e, pelo cruzamento de várias informações disponíveis, perceber e apreender determinadas coisas que nos induzem a várias conclusões e ou constatações:

- Portugal é o país do mundo com mais Tunas - 284 - logo seguido de Espanha com 256. Espanha é 6 vezes maior que Portugal.

- O Porto é a cidade do mundo na "pole position" com mais Tunas Académicas e Universitárias, incluíndo femininas e mistas na contagem - 77 - logo seguida de Lisboa - 58 - e depois Madrid - 32 - seguida do Distrito Federal do México com 28, Valência com 24, Coimbra 21, Sevilha com 16 e Castelo Branco com 15. Em Portugal os números tendem a crescer, no entanto, a inactividade de algumas das tunas contabilizadas começa a tornar-se efectiva (tal ocorre também em Espanha e são igualmente contabilizadas aqui).

Vamos convir o evidente; há um manifesto exagero, que não é de hoje e sim consequência da "explosão" quer do fenómeno de Praxe e depois, o Tunante, bem como a crescente implementação do Ensino Superior a que se assistiu nos finais dos anos 80, inícios de 90 do Século passado (XX).

Hoje em dia e após muitas mais anos, é de convir que estamos a falar de números e em alguns casos, os mesmos não correspondem, hoje, à realidade no terreno. Começa a ser visível cá (como em outras paragens) a cada vez maior dificuldade em desenvolver actividade tunante de facto. Por outro lado, começa a ser claro que cada vez mais há menos gente disponivel nomeadamente homens, face ao crescente incremento das mulheres no fenómeno, o que explica em parte os números acima demostrados relativamente ao Porto e Lisboa, por exemplo. Curioso de observar os números relativos a Castelo Branco, prova de uma descentralização em Portugal que há muito que ocorre em Espanha, entre outras informações que se poderão reter na análise sociogeográfica das tunas em Portugal, sua distribuição em função de várias premissas, etc etc etc.

Parece que sempre houve tunas a mais em Portugal, não é de hoje a questão, embora cada uma ocupe o espaço que bem lhe aprouver, certamente que sim. Parece que hoje, na segunda metade da 1ª década do Século XXI, as coisas tenderão a modificar-se, assumindo outros contornos em função da cada vez menor atractividade da Tuna para os Homens e da cada vez maior atractividade da tuna face às Mulheres, originando muitas Tunas Académicas/Universitárias com pouca actividade de facto e muitas Tunas Femininas com alguma ou normal actividade.


Nota: Não me parece que tenha mudado muita coisa neste capítulo, de lá para cá....bom, excepto que já não utilizo o termo "tunante" mas antes e sim o termo mais correcto: "tuneril"...

Comentários

Estudantina CB disse…
15 em Castelo Branco? presumo que seja no distrito. qualquer coisa deste género:

Castelo Branco

Estudantina Académica de Castelo Branco (masculina)
Castra Leuca - Tuna Académica do IPCB (masculina)
TAFIPCB (feminina)
TUSALD (mista)

tenho dúvidas sobre a existência das seguintes porque não se vê actividade:

Artintuna Copitusa (masculina)
D'artatuna (feminina)

as restantes fecharam

Covilhã

Desertuna (masculina)
Tuna-mus (masculina)
Moçoilas ((feminina)
Ca tuna aos saltos (feminina)
Encantatuna (feminina)
já b'ubi & tokuskopus (masculina e presumindo que entram na conta das tunas)

Idanha-a-Nova

Carpetuna (Masculina)
Adufótuna (Feminina)

Vila de Rei

Villa D'el Rei Tuna (mista)

Sendo que Castelo Branco tem cerca de 5000 alunos, a Covilhã tem cerca 5.800, a Idanha tem cerca de 800 e Vila de Rei nem ensino superior tem, dá uma média engraçada e digna de um estudo!

Grande abraço

João Afonso
"Joni"
Caro Joni, aquele abraço!!!

O artigo em cima é de 2006, reporta-se portanto à época em causa. Sabemos que entretanto diminuiu o nº de tunas em Castelo Branco.

Mas sem dúvida que o caso de Castelo Branco - e nesta perspectiva - é um caso de estudo, aliás, será uma das minhas "missões" em breve tentar perceber de facto quais as razões para tal.

Forte Abraço!!!
Estudantina CB disse…
Amigo Ricardo,

Posso falar por experiência própria do caso de Castelo Branco. O IPCB não tem a união entre escolas que outros Institutos têm. 6 escolas, 6 trajes, 6 códigos de praxe, 6 AE's e uma Federação Académica muito ignorada pela comunidade.

Sempre se deu mais importância à guerra da "minha escola é melhor que a tua", fazendo com que todas as escolas tivessem, neste caso, Tunas para dar e vender.

Com os anos isso foi passando, visto que já há Tunas que incluem alunos de todo o IPCB, levando que as Tunas de escola fossem desaparecendo, mas continuam a existir grupos de "irredutiveis gauleses" que continuam a "resistir", para o bem e para o mal!

Grande abraço

João Afonso
"Joni"
Eduardo disse…
A frieza dos números...

É neste momento que as boas vontades se calam: não há desejos que se sobreponham à realidade.

Aquele abraço!
Boas!

A tendência é obvia e clara: diminuição de nº de tunas activas e consequente aumento de tunas "fantasma", ou seja, praticamente confinadas ao site e a uma actuação ou duas intra-portas. Já o "previ" faz uns valentes anos, note-se. À revista "Visão" deixei, em 2007, o meu testemunho, então, dizendo precisamente isso.

Mas reitero que tal tendência não será tão acentuada nas formações femininas, por motivos e razões até sociológicas. A ver vamos.

Certo, certo é que - e face à dimensão dos dois países ibéricos e sua rede universitária espalhada pelas respectivas geografias - das duas uma, ou os espanhoís têm tunas a menos ou nós temos tunas a mais.

Abraços!
Eduardo disse…
Meu filho:

dizes - e bem - que «ou os espanhóis têm tunas a menos ou nós temos tunas a mais.» - sendo o critério a área geográfica de cada país.

Concordo contigo, de um certo ponto de vista.

Mas quando há só um restaurante que serve todos os tipos de comida mas cujos clientes insistem em comer todos e só omelete, uma de duas coisas vai acontecer:

- o stock de ovos do restaurante acaba;

- alguns desses clientes, por se recusarem a comer outra coisa que não omeletes, vão acabar por morrer à fome.

Parece-me que é mais o segundo caso.

Quem faz da razão de ser da tuna apenas festivais e saídas "ad partes" vai morrer de inanição.

Quem mantém uma dieta saudavelmente diversificada, quando não há ovos come o que houver. E pode até mesmo vir a desprezar os ovos ou nem sequer lhes sentir a falta. E não só não morre de fome como fica até mais forte e saudável.

Haverá tunas a mais? Talvez.

Triste de quem só come omeletes.

Abraço!
Sir Giga disse…
Como está a actual contabilidade?
Caro Giga:

Não te posso precisar de facto - carece de nova contagem - mas uma coisa sabemos, todos: São menos, pelo menos de forma activa.

Abraços!