A Aventura do Buraco Parte II

Vamos, ao fim destas semanas e com a poeira mais junto ao chão, tentar perceber, afinal, o resultado prático - até agora - de tão absurda tentativa de ataque à Tuna em sentido lato.

Por ora: 3 antes tunas femininas passaram a trupes musicais por vontade própria e/ou imposta. Por ora, é este o cenário.

Se atendermos ao facto de na Academia do Porto existirem - e de acordo com a ultima contabilidade realizada - cerca de 77 tunas, poder-se-á retirar algumas conclusões desta "paródia":

1º) Um fartote de riso, concluí-se objectivamente. Stand Up Comedy mas de duvidoso gosto e nula pertinência e eficácia, como se constata. Como alguém disse neste fórum, afinal o pretenso dragão não passa de uma sardanisca.

2º) Tiro na água. Fica tudo na mesma, como é óbvio. 3 em 77 nem para amostra serve. Irrelevante. Nem se poderá chamar a tal de danos colaterais, é uma afronta à própria noção de Dano, até.

4º) Ficou claro que em momentos mais, digamos, "animados", a malta, a verdadeira malta que gosta destas coisas de forma saudável aparece, dá a cara, diz presente. Como também ficou claro quem se esconde atrás do biombo vendo nisto tudo a mesma oportunidade que um cangalheiro vê em dia de terramoto com 9.0 na escala de Richter. Sim, porque também os há.

5º) Teremos, com mais ou menos acutilância e até ao FITA - entretanto transformado em Festival Im(provável) de Trupes Académicas - alguns momentos de comédia, aqui e ali, mas nada de especial. Aguarda-se sim e antes cortes de auto-estrada por este país fora, com bidões de gasolina a arder e pitbulls a rosnar presos pela ponta da moca a impedir que as tunas do Porto façam o que vão fazer - porque sempre o fizeram e continuarão, pois, a fazer, goste-se ou não, custe o que custar, doa a quem doer.

Não carece, a meu ver, de muito mais delongas e até dados em oposto. Está tudo claro como água. Sabe-se grosso modo quem é quem. Como também se ficou a perceber claramente quem é que - e incitando por sua vez a essa lógica de confrontação que as tunas não provocaram, frisa-se - quem é que claramente perdeu e quem é que claramente ganhou, nesta imensa paródia que não tem ponta por onde se lhe pegar, afinal de contas. Aliás, tem, uma: Alguém perdeu a pouca credibilidade que ainda tinha. Agora, tem nenhuma. Tal como aqueles - poucos, grotescamente poucos - que a eles se colaram.

Comentários

Eduardo disse…
Caríssimo:

a contabilidade não está, a meu ver. fechada.

Há que adicionar os que querem escapar pelos pingos da chuva, compactuando com a farsa: os que aceitaram, apesar de tudo, participar nos eventos trupísticos.

"Eh, a gente num descumbidámus ninguéinhe. I cumu já tinha-mus asseite, a balta num pudêmus bultar atráz...»

Fica a consciência tranquila como a do Corregedor no Auto da Barca do Inferno: «Non sunt peccatus meus/Peccavit uxore mea.» Quem aceitou os subornos de "coelhorum et pernas perdigotorum" foi a mulher... ele não tinha nada a ver com o caso...

Ah!, porra! IMBECIS!

Aquele abraço e desculpa a efusão...