A Aventura do Defeso...

Esta altura do ano é conhecida por ser uma época, a nível tuneril, mais dada ao defeso, ou seja, a actividade é praticamente nula, havendo aqui e ali uma jantarada e pouco mais. Nada que não saibamos de antemão. Com o envelhecimento das tunas nacionais, cada vez mais a sobreviverem de activos que já não estudam e que têm os seus empregos, seria de esperar que os intervalos das pausas - duas anuais, uma no 1º trimestre de cada ano e outra correspondente aos meses de Verão - fossem cada vez mais curtos. E de facto, são mais curtos, tendem a encurtar por força da cada vez menor rigidez do calendário, calendário esse que sendo escolar, já não espartilha que  não estuda, logo, possibilitando outra gestão.

Ainda assim é facto incontornável que a actividade tuneril por excelência se confina a dois grandes tempos no calendário anual, os que estão fora - necessariamente - das pausas acima. Mas será que tal ocorre mais por hábito reiterado do que propriamente por força das actuais circunstâncias? Penso que será um misto das duas coisas. Sempre defendi que a actividade tuneril deveria ser algo transversal ao calendário anual e que não deveria estar refém de uma lógica "estudantil"; no entanto sempre a compreendi, necessariamente. Hoje em dia começa a ser notório que a tuna se pode alongar no calendário, por força do dito acima. O que, a meu ver, só a beneficia, só a credibiliza até e lhe confere uma maior respeitabilidade: Não há épocas fortes e fracas do Fado, há Fado o ano inteiro. Logo, por que raio não pode haver Tuna o ano inteiro? Sim, sei ser  comparação algo arrojada por até incomparável na sua esmagadora maioria dos pontos em análise. Mas a sazonalidade de uma cultura torna a mesma refém de um dado mainstream, deixando-a quase marginal face ao todo. Seria pertinente pensar-se em certames no Verão, p.ex. Porque não?

No defeso joga-se muito à defesa. O problema é que o defeso tuneril é a forma mais fácil de a tuna não marcar...golos, pontos. Pensem nisso....

Comentários

Se as Tunas, um dia, passarem a preocupar-se mais com, tocar música, e boa música, em dar espectáculos e a centrarem a sua actividade naquilo que realmente é a sua vocação (música e entretenimento) em vez de estarem ocupadas a pensar em festivais e em ganhar esta ou aquela estatueta, talvez, digo eu que ando nisto há quinze anos, essas sazonalidades desapareçam... mas lá está... se calhar sou eu que sou demasiado utópico! Abraços amigo!