A Aventura daquele Tuno que "até sabe o que é o Mastoideu, calculem lá..."



Abro hoje uma olímpica - mas mais que justificada - excepção para o meu silêncio estival derivado do meu período de férias anual - que agora atravesso - onde tinha auto-imposto um corte com o mundo tuneril, que tem tanto de excepcional como por vezes, de enjoativo. O motivo, porém, é mais que suficiente, tratando-se 1º de um Tuno com T grande e depois, de um amigo pessoal e companheiro "de route", num francês aportuguesadamente imigranti[u]no, como ele aliás tanto gosta - e eu aprecio.






Quem o conhece sabe que o que digo é verdade. O Nuno é daquelas personagens que - com os seus defeitos e virtudes como todos nós, deve-se relembrar -  não deixa de manter o essencial à tona, deixando de lado minudências e coisas comezinhas, mesmo quando alguns lidam e tratam-no  precisamente da forma oposta. Depois, depois, vem a vida e o tempo - esse grande conselheiro - e tudo acaba por ficar claro. Discordar do Giga é coisa absolutamente normal - como quem o conhece bem sabe - e concordar com ele a mesmíssima coisa será, normal também. Até aqui, so far so good.


Ao ler esta notícia absolutamente fantástica a todos os niveis, é objectivamente um orgulho, em particular para o mundo tuneril nacional, ter-se o Giga como um de nós. E sendo o Giga um Tuno como todos reconhecemos, um apresentador genialmente humorado (ainda que se "estique" para lá do "politicamente correcto", o que lhe confere mais riscos e, por consequência, palmas....), esta distinção é claramente a prova acabada que a Tuna é seguramente tudo menos um impeditivo ao desenvolvimento pessoal e profissional seja de quem seja, muito pelo oposto. Ainda não faz muito tempo e o meu amigo Vasco da Câmara Pereira  falou ao «Expresso» precisamente sobre isso. Ora cá está, voilá. A imagem do Tuno associada ao cábula, ao bandido de sebenta em riste, ao copofónico inutil ou a uma espécie de - como disse um dia um Doutor (?) de uma Universidade no Porto ao ser confrontado com a sua própria ignorância sobre a Tuna e o Tuno, tentado responder-me debalde - micro-sindicalista, caí hoje por terra, mais uma vez, com monumental estrondo. E desta vez, ainda sabe melhor, tratando-se de um amigo e de um dos "meus", da "minha" Tuna.


Num tempo onde tudo se diz, escreve e faz, numa tentativa de fazer passar a incompetência, a nabice, a lorpice, a maldade até como sendo «normalidade», num tempo onde as pessoas descartam outras como se fossem Klenex´s esquecendo o que elas são de facto e preferindo sublinhar as tais minudências, num tempo onde cada vez mais o imbecil golpista chico-esperto (com toda a gente a ver a «habilidade» ao vivo e a cores e a prever o seu mais que obvio espalhanço ao comprido) é que «controla a cena», num tempo onde o importante é a «habilidade», o «truque» e não a competência e o respeito, mais relevante é esta distinção ao meu amigo Nuno, ao Giga, que honra todo o mundo tuneril nacional e internacional e em particular as suas tunas - sim, suas Tunas. 


É que uma coisa é um Tuno ser reconhecido por uma distinção deste calibre, outra por partir sanitas e afins; quer-me parecer serem objectivos de vida distintos e que em qualquer caso e sem prejuízo do viver a Tuna com tudo o que isso implica, naturalmente, deixam rasto de personalidade, atestam posturas, marcam indelevelmente a nossa condição. O Giga, hoje, deixou a Tuna e os Tunos todos - ainda que alguns não o mereçam e a reboque vão - num patamar de respeitabilidade que não deve ser ignorado, com o plus extra de o ter feito precisamente no âmbito do que supostamente fazemos: Estudar. Ahhh, e sem cobrar nada a ninguém, servindo assim desinteressadamente a Tuna em sentido genérico - ao contrário de outros mercenários que fazem precisamente o oposto.


Obrigado, Giga! É uma honra ser teu amigo, ser teu compagnon de route e acima de tudo, por seres tuno com T grande. Mais que merecido - num ano nada fácil para ele e que este prémio atenua.



Comentários

Sir Giga disse…
Que dizer depois disto? É difícil não ficar comovido com estas palavras, de alguém que tanto estimo como amigo, tuno e Ser Humano.

Vejo-me aliás na obrigação de salientar que, ao passo que no nosso pequeno-grande mundo muitos há que para sua conveniência decidem aparecer (somente) nestas situações para "ficar bem na fotografia", o nosso "Aventuras" é alguém com quem podemos sempre contar. No bom e no mau, sempre está lá e essa é a diferença. Justiça lhe seja feita, portanto.

Aliás, porque até na discordância (momentos raros, pois no essencial regemo-nos pela mesma batuta) somos mutuamente francos nas palavras e intenções, não tenho dúvidas assim o ser também neste momento, com o devido desconto pelo exagero no elogio, perdoável efeito secundário da amizade.

Quanto ao resto, nada a opor, como (quase...) sempre. Eles andam aí.

Como diria o mestre e filósofo Paulo Sérgio, "sempre na brecha, sempre à procura..."

Não vale, meu caro amigo, não vale. Os holofotes estão todos virados para ti e com toda a justiça, deve-se referir.

Eu sou apenas e só um mero servidor da nobre causa tuneril. Mais nada. E gosto de permanecer nessa humilde condição. Cada vez mais, até.

Forte abraço!