A Aventura do "Playback" Existencial



Antes de mais, as minhas desculpas por tão fraca frequência aqui. Mas de facto, quando não há nada para dizer, escrever não tem motivação que a subsidie....


Várias pontas soltas:


- Sinais dos tempos. Quando um Editorial tem numa dada pagina 300 visualizações e a seguir um anúncio de resultados de um certame qualquer tem 3000, estamos perante um claro sintoma do que vai importando realmente as almas tuneris. Dados para reflexão.

- A falência de valores tão gratos e caros ao Negro Magistério - como a cortesia, simpatia, nobreza de actos e até educação - continua a ser trespassada à malta do "achincalhamento" gratuito como profissão de fé, de forma subtil mas que não indetectável. Também sinais dos tempos. Que corroboram posturas de uns, opostas às de outros. O fazer bem é sempre, em qualquer tempo, o oposto de fazer mal. O Ser-se Tuno é uma noção intemporal, não é monopólio desta ou de outra geração qualquer.

- O "Generation Gap" sempre existiu. Agora assume contornos de total desrespeito quer com o passado que lhes permite serem o que são, por um lado, quer de total destruição dos valores que supostamente deveriam assumir, por outro. E pior, tenta-se encobrir e esconder coisas evidentes aos olhos dos outros, como se os outros fossem parvos. O que cataliza a constatação de facto.

- E contudo, move-se. O planeta tuneril português anda anestesiado mesmo quando impelido a fazer bem, mesmo quando instigado a afastar-se daquilo que não lhe serve para nada. Ainda assim, monta o mundo tuneril um cavalo que não é seu - a Praxe - alimentando ainda mais a ideia erronea e falsa de que tem uma coisa a ver com a outra, quando não tem. Hoje sair à rua trajado a tocar é mal visto: Experimente-se fazer o mesmo sem traje, p.ex. Como seriam as reacções? Apenas e só ao que cabe exclusivamente à Tuna, música.

- Vivem alguns em "playback", fingindo que são aquilo que outros antes já foram e apenas quando lhes convém. Quando não serve, hostilizam, tratam mal, criticam, apenas e só para poderem justificar aquilo que antes nunca teria justificação. Retiram dos outros apenas o que lhes convém, aí já são bons. Mas quando lhes apontam o dedo legitimamente, aí os cantores originais já não servem, com reacções autistas até. Estranha dictomia desta noção de "respeito".

- A continuidade de uma qualquer Tuna estudantil é sempre o habil por frágil equilibrio entre o seu DNA e a sua renovação. Sempre assim foi e assim será. Quem renega o seu passado seja com que intuito seja está a mudar o seu DNA, ou seja, a fazer outra coisa distinta daquela a que se propôs inicialmente. Uma coisa é evoluir, outra será fechar gavetas que contêm a identidade de um dado grupo. Inumeros exemplos existem de quem assim procedeu e mais tarde colheu fracos frutos. Ninguém que caía "nisso" escapará a tal queda. O segredo de uma Tuna com T grande é manter a sua identidade em cima e fora do palco, sempre, com 10 ou 30 elementos, com muita gente nova ou pouca gente menos nova. Quem não fizer isso vai cair com estrondo, mais dia menos mês. E aí será tarde demais. Quem patrocina o "Generation Gap" está a matar o que diz amar.

- O Povo saí à rua. E continua a olhar de lado para a Tuna, salvo raras e honrosas excepções perfeitamente localizadas. Acantonou-se a Tuna nos palcos. Perdeu-se a espontaneidade por completo. Quando ela acontece parece "frete" de tão contra-natura que soa. E perante este cenário geral, de facto, mais vale ficar-se pelos palcos....

Disse.

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