A Aventura dos Grandes



Michael Collins. Para quem não sabe, foi o Pai da Irlanda e da luta pela sua independência. Uma figura ímpar, dotada de instintos e competências únicas, que o galgaram para o patamar superior da História. Como muitas dessas raras personagens, foi traído e morreu às mãos dos seus.




Um excelente exemplo para ilustrar a "Aventura" presente. Quando olhamos para a curta História da Tuna nacional, não raras vezes vemos figuras absolutamente ímpares no contexto particular e até genérico do fenómeno tuneril lusitano a serem tratadas - mesmo que por indigentes seja - de forma absolutamente ignóbil, apenas por serem quem são.

Provavelmente, por esse mesmo motivo, torna-se fácil aferir da real distinção entre o comum tuno e aquele que, desde sempre, se distingue naturalmente do todo. Tal distinção, apenas, congrega em sí mesma - vai da natureza humana - dois tipos de sentimentos diametralmente opostos: Respeito e Ódio. Se o primeiro é visto de forma natural pelos normais humanos - os que lidam bem com o sucesso dos outros, entenda-se - já o segundo é próprio daqueles que não conseguem lidar com tal sucesso, desejando "secretamente" um dia serem iguais aos que pretendem atingir e almejar o dito reconhecimento - mesmo que nada tenham feito para tal.


Os haters tuneris são aqueles que não distinguem Respeito natural de veneração saloia, precisamente porque a inveja os cega. Os haters tuneris não conseguem diferenciar as razões que levam uns a serem uns e outros, outros - como se essa distinção fosse feita de forma alietória e sem critério. Pretendem almejar um estatuto de respeitabilidade sem para ele contribuirem, produzirem, oferecerem, a favor do todo do fenómeno, o que quer que seja. E como nada fazem para tal, não percebem como há uns que são uns e outros que são, apenas, outros. São aqueles que olham para o tamanho desta "Aventura" e não lêm porque "é muito grande".

Depois, quando um dia os caminhos se descruzam - ou porque aconteceu ou porque calhou - elegem quem muito lhes deu neste mundo como seus ódios de estimação, não percebendo sequer que, ao fazê-lo, apenas estão a grangear mais reconhecimento ainda aos seus alvos - e não o oposto como originalmente pretendiam. Elementar.

Quem obteve Respeito natural neste nosso pequeno mundo, obteve-o porque tem passado e presente com provas de facto, que os levaram a alcançar tal estatuto e reconhecimento; se retirada a mitologia tipica dos «patuás» de corredor de teatro em noite de certame, percebe-se que o que resta a tais haters é uma minúscula etiqueta que diz precisamente isso: Hater. Porque qualquer pessoa com capacidades cognitivas normais percebe, no final da "contenda", quem é quem, porque o é, o que fez ou não para ser um ou outro. Já nem falo daqueles haters que são conhecidos por estragarem o muito que custou a construir - a outros, claro está.

Desafortunadamente, no mundo tuneril nacional, o hater apresenta um folha em branco - ou até, em alguns casos, cadastro - como "cartão de visita" para atacar quem desde sempre é respeitado pelo todo da comunidade, porque para isso algo de concreto fez, produziu, legou. O hater tuneril faz sistémica asneira, esconde-a, faz de conta, desaparece subtilmente, para depois vir vilipendiar - tentar, melhor dito - quem se comporta de forma normal, respeitável e em prol do todo. Uns há que, não bastando, procuram atirar para terceiros a responsabilidade do que eles mesmo fizeram. O hater é néscio, um primata, básico. Porta-se como um puto de liceu birrento, age como um elemento de claque de futebol, actua como um comum meliante de bairro social, vira quartos de hotel de pernas para ar e aponta o dedo a terceiros pelo acto "heroíco" que fez, do qual se vai vangloriar secretamente junto de outros primatas iguais a ele. É o tal Bas Fond a que já aludi aqui várias vezes. Nada tem a declarar de positivo para o fenómeno tuneril. Zero. O hater tuneril é aquele que não sabe lidar com o sucesso dos outros, tem urticária genética ao Saber e Conhecimento, não suporta o reconhecimento feito a terceiros, não tolera o brilho dos outros. Para piorar, o hater tuneril nunca assume o seu cadastro.

Quem é reconhecido worldwide é-o por alguma ou várias razões objectivas, concretas, factuais, que não carecem de contraditório sequer dada a dimensão das evidências. É-o por todos os quadrantes, em qualquer ponto cardeal onde há Tunas e gente séria nelas. É uma amplitude que resulta do voluntarismo dessas poucas figuras - e não uma imposição das mesmas a terceiros. É uma dimensão que extravasa a sua própria Tuna enquanto Tuno, vai muito mais além, torna-os da Tuna em geral. É uma postura que lhes confere reconhecimento tácito na exacta medida do seu vasto legado. São gente que neste nosso meio possuem o toque de Midas, partilhando-o com gente normal de forma saudável, profilática e instrutiva. É, nessa medida, gente que tem os focos dos spotligths apontados de forma natural. É uma shortlist de notáveis, cada um com o seu contributo de facto e à sua maneira, em favor do todo do fenómeno, os tais Michael Collins tuneris, que deixaram e continuam a deixar legado de facto.

Depois há ainda umas outras caricatas personagens que se limitam a parasitar o meio, procurando, quais elevadores, ascender a uma posição cimeira para a qual nada contribuiram, esperando na velha lógica de Churchill "dividir para reinar". De toda a espécie de mamíferos tuneris que há, ainda são estes aqueles que menos importância têm, pois pretendem ser algo que nunca serão (porque nada fizeram ou fazem em prol do todo para o ser) como ainda se rodeiam do Bas Fond mais primário para almejar tal suposta ascenção - há que ter e ser lambe-botas para polir o ego - o que obviamente faz com que tal seja impossivel: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és....". A tipica formiguinha com catarro que manobra nos bastidores, procurando remediar as asneiras feitas com golpes da mais rasca qualidade e pior camuflagem, na expectiva de ser, por esta interposta via, aquilo que não é. São os gajos que andam desesperadamente atrás do spotligth ao invés de fazerem algo de concreto para que o spotligth vá, de forma natural, ter com eles. Não percebem, sequer, essa enorme diferença. Regra geral, estas formiguinhas com catarro estão sempre no lado errado e escuro da História; por isso não contam para a mesma.

A unanimidade seja em torno do que seja, ou de quem seja, é sempre algo estranho e no limite. Não é sequer sinal de salubridade. Significa algo parecido com querer estar-se bem com o Diabo e Deus ao mesmo tempo. Soa a profunda hipocrisia. Por isso mesmo, os Michael Collins tuneris, a tal shortlist, é composta por personalidades que são tudo menos consensuais - até porque nunca o quiseram ser. O que só atesta da sua verticalidade, elevação e coerência. São pessoas que, por serem como são e desde sempre, obviamente incomodam o hater tuneril - esse sim, o tal afável marialva que diz ser uma coisa e faz o seu oposto.


O Tempo é um excelente Provedor da Razão, o Ombudsman do Bom Senso. Basta apenas esperar que o tempo passe tranquilamente. Até ao dia. Em que se reconhece - pese algumas vezes tarde demais - quem são de facto os Michael Collins. Porque dos outros, ninguém se lembrará deles - excepto pelas suas "façanhas", que oscilam entre as capilares e a remodelação de interiores (digamos assim), entre outras.

Esta "Aventura" é uma homenagem a uma galeria de ilustres Tunos nacionais que merece o meu mais profundo reconhecimento, pessoas que vão muito mais além do que elas próprias e dos seus grupos. Gente que deixa herança. Porque há que os distinguir em tempo oportuno - o que é da mais elementar justiça. São aqueles que condensam sete vidas numa só. Que produzem, reinventando-se a cada passo. Peritos em Ressurreições. Locomotivas. Líderes. São estes os que já estão e ficarão para a História da Tuna Portuguesa.


Gente cada vez mais rara. Grandes. Todos sabem quem eles são. A eles, o meu profundo Reconhecimento e Respeito.

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