A Aventura Murciana




Fez agora em Março 23 anos.


Tinha, então, a "minha" TAULP 3 tenros anos de idade - numa época onde a vertigem das actuações sucessivas era o "prato do dia" - quando se deslocou a Ciudad Rodrigo, logo ali após a fronteira, para participar no 1º Certame de Tunas desta cidade.


Uma festa incomensurável, pois a mera participação era já uma vitória, carregada de simbolismo, romantismo e alegria. Quiseram os Deuses Tuneris, em jeito de extra plus, que fossemos honrados como sendo a melhor de 17 Tunas presentes. Mesmo que tal não tivesse acontecido seria sempre algo memorável - como o presente rewind atesta.


Este introíto serve - sem comparações directas que não se colocam por diversos factores óbvios - para contextualizar o dia de hoje, em que a Estudantina Académica de Lamego, que eu próprio ensaio, parte para Múrcia para participar na XXX Edição do conceituado certame "Costa Cálida".


Contudo, há aqui alguns paralelismos que me assaltam, desde logo:


O doce despreendimento jovial de quem se basta pela mera fruição tuneril. Uma espécie de regresso ao essencial, ao mais simples que a Tuna nos tem para oferecer. Aquela disponibilidade incondicional em querer ir, apenas, pelo mero gozo em ir. Conhecer novas paragens, pessoas, outro país, com tunas de países distintos. Um ambiente de Tuna diferente do de cá. Ao fim e ao cabo, o importante, o que fica para a memória.


É aqui, nesta visão mais terrena e menos complexa,  mais de vivência e menos de calculo, que reside a mais saudável visão do Estar e Ser da Tuna, Tuno. O que recordo dessa epopeia em Ciudad Rodrigo é aquele ambiente, aquele cheiro no ar, aquelas Calles pejadas de Tunos a tocar e a cantar, as azafatas, as matronas espanholas engalanadas quais janelas em tempo de Páscoa, as corbatas dos fatos dos Caballeros, a Plaza Mayor, as discotecas e os bocadillos, a Geniebra, a Cidra das Asturias e as birras. É toda esta palete de cores, cheiros, sabores que fica para sempre, bem mais além do que qualquer estatueta ganha.


É o que se leva para a Vida. O resto será sempre o resto. É isso que espero que os "meus" pupilos tragam de Múrcia. E que saibam, um dia, valorizar o que, afinal, é realmente Tunar. Nos tempos que correm - como aliás, noutros - o mero acto de Ir, Participar, já é um previlégio, até porque muitos são os que não o fazem.


Levem um pouco do nosso sabor a Múrcia - onde temos, tunas portuguesas, vasta e larga tradição de Bem Fazer - e tragam de lá todas as emoções que conseguirem meter dentro das vossas malas!


Boa Viagem  - e que se lembrem dela por muitos e bons....:)


Comentários