A Aventura da Tuna de Botín





É uma Tuna sui generis, desconhecida porventura de muitos os que acompanham este fenómeno cultural do lá de cá da fronteira.


Mas vamos ao início, como convém.


Em Madrid reside o restaurante Botín, reconhecido pelo livro Guiness dos recordes como o restaurante mais antigo do mundo, fundado em 1725. Diz a lenda que o próprio Goya começou nas suas cozinhas a sua estada em Madrid. A Casa Botín também já deu de comer a numerosas personagens literárias: Ernest Hemingway, Benito Pérez Galdós, Graham Greene e María Dueñas, entre muitos outros, utilizaram o restaurante como cenário para o seus romances. Encontros entre espiões, a turbulenta história entre Jake Barnes e Brett Ashley, Dona Francisca Juárez e os seus infortúnios, Sira Quiroga, etc. Actores de cinema e outras figuras públicas internacionais fazem do Botín ponto obrigatório na sua passagem pela capital castelhana.



Desde 1959 - portanto, há mais de 60 anos - que várias gerações de tunos madrilenos amenizam todas as semanas as refeições deste restaurante único, sucedendo-se nas suas actuações dentro de portas, que mais não são do que uma selecção cuidada de tunos oriundos de ilústres tunas da cidade de Madrid. 



Como grupo inaudito que são, sobram dedos das duas mãos para contabilizar o número de actuações fora do Restaurante Botín, apresentando-se quando tal raramente ocorre, sob a designação Tuna Universitária de Madrid (ou Grupo de Tunos de Madrid, como já ocorreu, p.ex. no IV FITU “Terras de Cante” em Beja, no ano de 2006).



Ao longo destes 61 anos foram sendo editados alguns registos fonográficos oriundos desta Tuna de Botín com destaque para este -  https://www.qobuz.com/gb-en/album/post-iucundam-iuventutem-1959-2019-tuna-de-botin/hb252l2t61blc -  editado ano passado. A qualidade desta Tuna espanhola com reportório clássico (digamos assim) é - e desde 1959 - algo definitivamente muito acima da média, como tive oportunidade de verificar in loco, sendo seguramente uma das 3 melhores tunas espanholas da actualidade - pese tudo o que se possa porventura alegar face à condição rara em que está embebida mas que não lhe belisca qualquer legitimidade, factual e comprovada.



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