A Aventura de 2021






Passados alguns dias após o final do ano e outros tantos de descanso, eis o inevitável balanço do ano que findou.


Se olharmos em retrospectiva, constata-se um misto de 2020 com alguma normalidade do pré-pandemia. Tivemos alguns certames a decorrer ao vivo e nos intervalos que o covid foi permitindo, o que não deixa, apesar de tudo, de ser relevante. Mas, na verdade, tínhamos prognosticado esse regresso à normalidade de forma mais efectiva - e não intermitente. Foi o possível. Melhores dias virão.


No plano mais escolástico e de investigação começamos o ano de 2021 logo da melhor forma, então, com o livro do Jean-Pierre Silva "A Tuna nas Trincheiras da Grande Guerra 1914-18", uma agradável leitura por leve e, ao mesmo tempo, repleta de informação indispensável para todos aqueles que querem saber mais que o mero bityte opinativo do néscio.


E que melhor forma para começar 2021? Não satisfeito e no final deste ano transacto o Jean-Pierre volta à carga e lança mais uma obra intitulada "Tuna Académica da Escola Politécnica de Lisboa - Vigência, actividade e protagonistas", em mais uma edição Euedito e com a chancela CoSaGaPe. De facto, Portugal produz trabalho de investigação de forma séria, constante e credível a nível nacional e internacional e o ano que passou prova isso inequivocamente - enquanto alguns teimam online em querer transformar opinadices em teses de doutoramento...


Em Março já se falava claramente em desconfinamento aqui, onde eu afirmei então que e cito-me:


"Há neste momento 3 tipos de tunas e no recomeço pós-covid: As que existiam pujantes mas que hoje não têm 50% dos seus recursos humanos - e que terão muita dificuldade doravante em regressar; as que existiam pujantes e que conseguiram de alguma forma passar pelos pingos dos espirros e das zaragatoas e cá estarão mais mês menos mês e finalmente, as tunas virtuais - sendo que algumas delas já o eram antes de Março de 2020 por desaparecidas no terreno - que apenas "existem" online por não assumirem o fim ou mera teimosia de meia dúzia , onde apenas lhes resta dar os parabéns a outras tunas em 4 posts de uma sequência de 5 - sendo o restante mais um covideo."


Não devo ainda hoje estar muito distante desta visão. Aliás, reforço-a neste momento. A ver mais adiante, sujeito a confirmação in loco.


Ainda assim, com o in loco a regressar timidamente nos intervalos na pandemia, o online manteve-se activo, com algumas mutações face ao ano anterior e pós Março 2019 principalmente.


De destacar a nível nacional a continuidade das emissões do "Tunices" mas essencialmente o apontamento "Os Filhos do Boom" a assumir claro destaque, segmento que se estreou na #PTV, desta feita sobre um tempo único e irrepetível, aquele que nos transporta para o reinício da Tuna estudantil portuguesa - e depois do seu surgimento no último quartel do Século XIX.


Um podcast riquíssimo a nível informativo e formativo, que proporcionou passagens únicas, recordações de uma vida, confidências únicas - e também em off aproveitei para trocar impressões com alguns desses "Filhos do Boom", algumas delas até muito profícuas e elucidativas e quanto a outras matérias que não a substantiva, numa troca de informações sempre pertinente e que é uma natural imposição entre amigos.


A nível internacional destacar claramente o "Conversatório" da Academia de História da Tuna, o único podcast em todo mundo a tratar a Tuna de forma cientificamente séria, baseada em factos, com intervenientes todos eles estudiosos da matéria e com vários textos, livros e sucedâneos conexos publicados e públicos, onde a verdade dos factos é exposta - por contraposição à mera opinião sem qualquer rigor histórico, factual e provado.


Uma pedrada no charco do podcast online, muito em linha com a lógica de veracidade, rigor e prova dos conteúdos da PortugalTunasTV, o que originou uma óbvia, clara e lógica partilha entre as duas instituições, plasmada num protocolo inabalável por defensor do Rigor, Verdade e Estudo de facto. Aliás, sintomática foi a reacção figadal por parte dos estultos negacionistas tuneris à Academia de História da Tuna, prova inequívoca da importância, peso e rigor desta última e do caminho correcto em prol da Tuna que trilha - por oposição ao sensacionalismo negacionista da propaganda avulso.


Ainda a referir no plano internacional dos podcasts e no Chile o "Mas Allá de la Beca em ruta" com o Tuno Danilove aos comandos, muito interessante e carregado de boas histórias, num registo leve e despretensioso que não pretendeu ser mais do que é, nem tão pouco se aventurar por caminhos que desconhece. Recomendável por sensato, além do já dito.


Regressando aqui, o PortugalTunas levou a cabo - e a decorrer - a maior sondagem alguma vez realizada e no caso sobre a Tuna Portuguesa a Património Cultural Imaterial. De referir - e como é bem explícito no mesmo portal, ainda que alguns não tenham percebido por manifesta dificuldade em saber ler - que NÃO se trata de um projecto de candidatura, dizendo ainda de forma explícita que "tal deve ficar absolutamente claro neste momento e para memória futura - mas antes um inquérito online público e de acordo com o constante nos normativos da Direcção-Geral do Património Cultural em razão de matéria - amplamente estudados a devido tempo por juristas qualificados sobre a temática".


A mera leitura - lá está, o básico, ler.... - dos normativos relativos ao tema quer a nível nacional quer a nível da UNESCO prova de forma inequívoca a seriedade do inquérito em causa, o que bastará para manifesto da sua credibilidade, seriedade e propósito. É, claramente, um dos pontos altos de 2021 do mundo tuneril português e que continua até final de Março de 2022, podendo já afirmar que os resultados até à data são deveras interessantes.


No restante nada haverá de particularmente relevante a registar, por irrelevante ou manifestamente fantasioso - logo, anti tuneril.


Da minha parte, caminhos trilhados, percursos feitos, páginas que se viraram - naturalmente - e novos desafios se abrem. Dois livros em produção sobre a Tuna - e ninguém sabe quando os termino. Algum cansaço fruto de cerca de 100 emissões da PTV, o que é natural, a recomendar recato. Uns tempos de descanso - mas atento, sempre.... - se avizinham, dedicados a outras lavouras que o tempo actual impõe.


E a natural preparação para os espectáculos em agenda da "minha" TUL como prioridade. No final do Inverno novidades teremos....:)


Bom Ano de 2022!




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