A Aventura do Manifestvm Tvnae, de 11 de Outubro de 2011






Outra estreia aqui, no "Aventuras", por incrível que possa parecer...


Porventura, um dos, simultâneamente, mais importantes e esquecidos documentos de livre vontade colectiva tuneril nacional alguma fez firmado e ratificado, quer presencialmente bem como digitalmente.



Trata-se do Manifestvm Tvnae - http://manifestvm-tvnae.blogspot.com/2011/10/manifesto-pela-salvaguarda-da.html - datado de 2011 e com uma ratificação ao seu preâmbulo 3 anos mais tarde - 2014 - por força de acontecimentos da época que a tal obrigaram.



Um documento online com 11 anos, surgido pela clara e óbvia demarcação da tuna daquilo a que, correntemente, alguns chamam de "praxe". Partamos para a dissecação de tão importante quão esquecido documento, ratificado por unanimidade em sede de IX Encontro Nacional de Tunos, a 30 de Novembro de 2013, em Vila Real, pelos Tunos presentes, então.



Foi proposto num momento muito sensível, como muitos se recordarão, onde os ditos "organismos de praxe" pretenderam, numa anacrónica, ilegal e inconstitucional intromissão na vida cultural dos que, numa Tuna, apenas tiveram o azar (ou sorte, para alguns terá porventura sido, o que não invalida a ilegalidade em causa) de estudarem na mesma Faculdade/Universidade/Instituto. Foi a reacção musculada dos Tunos nacionais, sem tibieza, frontal, devidamente assinada, com rosto, firme e perene - que ainda hoje mantém a sua validade, pertinência e força.



Em 2014 dá-se uma reformulação ao seu preâmbulo, por força de mais casos de insurgência intolerável da "praxe" nas tunas. Pelo meio, em Dezembro de 2013 dá-se a tragédia do Meco. A Tuna estudantil tinha o imperativo moral de se demarcar publicamente dessa gente.



Ao mesmo tempo, teve outra vertente, mais direccionada para dentro do fenómeno, confrontando aqueles que - ou por medo ou por mera opção própria, quiça interesse - alinharam com o circo montado pelos "senhores da praxe", numa óbvia tentativa de integração no seu meio natural - a Tuna - renegando assim, de forma frontal - e a isso foram convidados neste documento - ao circo "praxístico" montado pelos costumeiros artistas do costume.



Muitas vezes algumas ditas Tunas foram publicamente confrontadas, em sítios web, com as suas atitudes - ou falta dela .. - quando optaram, por medo ou por opção livre e consciente. em falhar com as suas congéneres e apoiar as "pretensões" ditatoriais e feudais dos "senhores da praxe". Por outro lado, nunca nenhum destes últimos ousou publicamente contestar o Manifestvm Tvnae - ou por ignorância do mesmo, ou conhecendo-o, por não saber o que responder sem que se tivesse de colocar em bicos de pés, tamanha a néscia percepção que estes "cavalheiros" possuem da realidade tuneril nacional, o que é natural, nada percebendo de Praxe, que fará da lavra de terceiros...



O Manifestvm Tvnae, actualmente - mormente os tempos mais calmos que o bom senso e, principalmente, o Ministério Público obrigaram a "praxice" nacional a acatar - mantém toda a sua lógica e legitimidade, conferida pelos seus proponentes, mesmo que "esquecido" ao longo destes últimos onze anos. Foi ratificado por unanimidade (cerca de 50 presentes) no Encontro Nacional de Tunos - ENT - de Vila Real, e, posteriormente, por cerca de 85 tunos nacionais na mesma página web - até à presente data.



Dirão alguns que será muito pouca gente, irrelevante por tal. Concede-se. Mas serão sempre mais 135 Tunos do que qualquer outra coisa que, neste contexto em concreto, alguém tenha feito na época, que foi zero - onde, mais uma vez, se procurou lidar pela confortável calada da reunião bilateral de vão de escada e do telefonema noctívago, do que arriscar uma perseguição à laia de tesoura e flexões ou então um fecho da Rua dos Bragas com uma horda de caloiros a brincar aos Talibãs.



Se foi eficaz? Para o panorama tuneril acreditamos que, então, sim. Permitiu conforto, assacou acompanhamento, disse a quem precisou "estamos aqui!". Só por essa razão o Manifestvm Tvnae é um marco na história mais recente do panorama tuneril nacional. E foi sempre algo que se fez, de facto - quando muitos preferiram calar-se ou assobiar para o lado.



Fica feito o lembrete, o F5 que se impõe. Não deixa de ser curioso - e por várias razões - revisitar os subscritores online até à data.



Ainda hoje pode - e deve - ser subscrito.


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