A Aventura da Empatia





Tentar um exercício de empatia pode ser algo tão complicado como, paradoxalmente, fácil.


Irei tentar perceber o que seria se fosse eu o receptor de informações "novas" sobre a Tuna estudantil e a Tuna em geral, depois de anos a fio a repetir coisas que, desprovidas de qualquer fundamento, apenas se tornaram "verdades" porque eu sempre as debitei, partilhei e comigo sempre foram partilhadas por outros que, como eu, nada sabiam, ávidos de tudo querer saber mas sem fazer qualquer esforço para tal excepto "ouvir umas coisas".


É evidente o desconforto, concede-se. Não é fácil - e este blogue prova-o - a inflexão de todo um percurso entre o "diz-que-disse" e o apurar de factos. Há aqui nesta tasca virtual N exemplos no passado que o comprovam inequivocamente.


Talvez porque tomando em mãos a dúvida, tentando esclarecê-la, o percurso feito entre o mito e a realidade tornou-se um caminho que, sendo percorrido assente em premissas lógicas, óbvias e coerentes - os factos, portanto - foi naturalmente feito, sem grande drama. Acrescente-se que à medida que os factos se iam sobrepondo ao "barrote" mitológico papado nos anos 90, tal constatação acelerou, antes, a vontade em saber mais, em perceber melhor, em estudar com critério, visão e acima de tudo, honestidade mental: De nada serve estudar a Tuna sem abertura de espírito para tudo aquilo que vamos descobrindo comprovadamente, seja agradável ou o seu oposto, e à luz dos nossos olhos.


Dito isso, também me foram fornecidas novidades, factos, que de todo foram ao encontro do que, então, julgava ser ortodoxa verdade imutável. Pacífico. A questão aqui é outra: Como lidar com tal? Não é apenas a verdade que nos assalta mas antes a forma como a vemos, vindo de uma mentira, por mais romântica que ela seja.


Tenho para mim - e descontando a vantagem, assumo, de ter feito o percurso entre a treta e o facto - que empaticamente, tudo se resume à humildade. 


A sebenta de nada serve ao estudante se nela não se pegar, abrir e ler. É básico. O resto é um imenso mar de comezinhas futilidades que apenas serve aqueles que julgam saber de alta cozinha apenas porque jantaram no restaurante do Gordon Ramsey. E é nesta confusão de grelos que alguns continuam a viajar por manifesta falta de humildade.


Louvados sejam aqueles que, não se aventurando em mares que nunca navegaram - e alguns, com medo da maresia, nem nele entram... - são capazes de infletir, serenamente, sem fulanizações infantis, procurando a verdade junto dos poucos que a escavam - legando-a a todos os que assim queiram, com o único fito de elevar a credibilidade da Tuna estudantil (no caso). São esses que, serena e inteligentemente, se vão somando - em vez daqueles que a diminuem com disparates... - à credibilização da tuna estudantil. E essa é a única e melhor recompensa dos que estudam a Tuna.


Porque é precisamente de tal que se trata. Não me interessa deter informação que não possa servir ao todo do fenómeno. O que me move é apenas tal legado. É o assunto substantivo, a Tuna, apenas, que me importa. O resto é demasiado pequeno para ser relevante, a ponto de se substituir ao essencial. E é esse erro - substituir o essencial pelo irrelevante - que infecta algumas almas, incapazes de reconhecer o conteúdo da carta por demasiado ocupados com o corte de cabelo do carteiro, disfarçando assim a sua ignorância de facto.


Pior, querendo passar por "estudiosos" sobre algo que nunca leram nem querem ler, sequer. A Paris Hilton dizia-se DJ até ao dia em que foi apanhada com uma pen gravada por outros. Parece ser trend nas Tunas, hoje em dia tal, digamos, aldrabice: Sinal dos tempos. Já toda a gente percebeu quem anda nisto pelas "honrarias" - à falta de mais... - e quem lega património colectivo - dispensado o menos.


Apenas se pretende respeito por decoro. Mais nada. Pela minha parte dispenso tudo excepto o atrás citado. Não me interessa quem foi mas sim e antes o que legou. O resto pertence ao futuro.


Voltando ao início: Se seria para mim, nada estudando ou lendo sobre, fácil ler algumas coisas que se foram descoberto sobre a Tuna estudantil? Possivelmente não.

 
Mas então faria de imediato uma coisa de duas: Ou as tomava como irrelevantes (o que me definia desde logo como néscio) ou iria procurar saber mais sobre tal. Nunca julgaria em auto-de-fé os que me contaram coisas novas por distintas das que sempre me contaram. Iria ler e confrontar conteúdos - e nunca pessoas. E depois cá estaria. 



Disse.

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