A Aventura do "mais-do-mesmo"





Não tenho por hábito - salvo raras e justificadas excepções - escrever aqui sobre aquilo que não merece qualquer comentário, ou por insignificante, ou por mero pudor.



Desta vez abro uma justificada excepção.



Apenas um – e sempre o mesmo – esgoto a céu aberto que se diz “órgão de comunicação social”, este fim de semana, voltou a ser igual a si mesmo, usando um festival de Tunas (no caso, como extensão do alvo costumeiro “Estudantes universitários”) para, mais uma vez, fazer o total oposto do que o código deontológico dos jornalistas contempla – e já nem falo na ética, bom senso e profissionalismo.



Em bom rigor, esta chafarica com antena aberta tem, no seu cardápio de alvos de estimação – entre políticos específicos, clube de futebol em concreto e outros – o estudante universitário, especificamente, o que traja e que, de alguma forma, está mais exposto – digamos assim – a putativas situações que alimentem a “lógica tubarão” – onde há sangue, lá estamos. Já vimos “isto” antes, em Famalicão ou no Meco, por exemplo. Nada de novo.



Desta vez, aproveitando a maré, mete um festival de Tunas – com famílias a assistir, desde pais a avós, passando por crianças – no mesmo saco de uma cena de faca e alguidar, fora das instalações onde decorria o evento em questão. Apanha um “popular” – e há sempre um popular mortinho para ter os seus 15 segundos de fama em directo… - que, acto contínuo, mistura a Obra Prima do Mestre com a prima do mestre de obra, afirmando com convicção “são sempre os estudantes, mete álcool e assim e depois é só desacatos” (citei grosseiramente, tal como o “jornalismo” em questão o é).



Pega-se em algo isolado, descontextualiza-se, enfia-se tudo na Bimby e toca a rodar o botão para a narrativa “estudante universitário = criminoso”, sempre, claro, com o álcool em pano de fundo – ver histórico deste “canal” sobre tudo o que mete Capa e Batina.



Poderia passar o dia a tecer loas em causa própria ou, em alternativa profilática, a citar Eça na sua Carta a Camilo Castello Branco  - como no passado fiz… - para ridicularizar tal gentalha. 


Mas não, serei algo mais subtil - mas bem menos biltre - para economia de tempo. 


Ora cá vai:



Se repararmos com propriedade, nunca nenhum Tuno foi filmado em directo, pela sua própria entidade patronal, completamente ébrio, com produção de prova no Youtube.



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