Na sequência da “Aventura” anterior.
Parece ser de mediana percepção que, no caso espanhol - e desde há anos a esta
parte – existe uma sobreposição dos mesmos tunos em várias Tunas, sem prejuízo
da sua Tuna de origem. Tuna de origem essa que, em muitos casos, no país
vizinho, até está inactiva e/ou extinta, fazendo com que os Tunos da mesma que
restam possam, assim, continuar a tocar numa outra Tuna, com quem têm, naturalmente,
afinidade e amizade.
Obviamente que este mecanismo de sobrevivência é positivo por orgânico, senão
vejamos:
1º) Porque resulta da realidade: Uma Tuna
deixa de estar activa e os 4 tunos que restam continuam, assim, a tocar. Trata-se
de simples instinto de sobrevivência, quer para os tunos em questão, quer
também para a(s) Tuna(s) que os acolhe. Não é, portanto, uma construção artificial
e por isso, inorgânica; é precisamente o oposto. Reduz-se o número de Tunas
activas mas, assim, com formações mais ou menos estáveis em quantidade e
qualidade.
2º) Porque resulta do Bom Senso: Não
havendo conservadorismos (e a maioria destes nem sequer existem, de facto, são
invenções de ¾ de mês…) que se tornam em barreiras absurdas, a actividade
tuneril mantem-se de forma natural, por não ser impedida na sua raiz. Aqui ao
lado, regra geral, não se penaliza/expulsa um elemento da Tuna X por tocar noutra
tuna que não a sua. Aliás, muito pelo contrário. E porquê? Porque o tal instinto
de sobrevivência – tão vincado na história da tuna espanhola, ao longo de
década a fio, aliás – é, além de orgânico, inteligentemente protector do todo
do fenómeno.
É, em suma, uma natural gestão de recursos humanos, que não está pendente de qualquer
dogma, nem é catalisada por uma qualquer entidade, seja em nome individual ou
colectivo - exceptua-se aqui, neste último ponto, algumas poucas residuais associações
que, de raiz, são estatutariamente potenciadoras dessa mescla de Tunos.
Depois, por cá, temos uma miríade de contradições intermináveis, quando se aborda
esta questão:
1) Há quem advogue não gostar de tunas espanholas e suas tradições mas, acto
contínuo, faz – na forma tentada, seja – o mesmíssimo que pratica…a tuna
espanhola;
2) Copia-se aos nuestros hermanos
apenas o que convém – seja mais ou menos folclórico… - mas rejeita-se, de
seguida, os clássicos traços da tuna espanhola;
3) Critica-se as tunas espanholas por terem Tunos de outras Tunas mas, “inexplicavelmente”,
fundam-se Tunas por cá com Tunos…de outras Tunas;
4) Mais, são os mesmos que criticam tunas portuguesas formadas por tunos de outras
Tunas que promovem/fundam Tunas…com tunos de outras Tunas.
E estávamos aqui o dia todo a desfilar, qual pasacalles – que, por cá, alguns não fazem porque “não gostam”, mas
chegados lá fora, já não há problema algum… – uma extensa lista de contradições
que apenas embaraça(m) o(s) seu(s) autor(es), por ridículo e pelo menos.
Voltando atrás, parece inequívoco que o caso espanhol neste apartado – Tunos de
uma Tuna a tocar noutras Tunas – nada tem a ver com a recente lusitana febre
fundacional, por nem sequer partir do mesmo ponto, e muito menos ainda passar pelos
mesmos traços – em Espanha, instinto de sobrevivência; cá, outra coisa qualquer por
deslindar (ou não...)
Com premissas e motivações distintas na sua origem, o percurso resulta também
ele completamente distinto, tornando evidente que resultado final não pode ser –
como não é, de facto - o mesmo.
A novel febre fundacional Lusitana NADA tem a
ver com situação espanhola supra referenciada, conclui-se.
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