Tenho para mim, de forma convicta - e naturalmente, a minha opinião - que em Portugal, actualmente, o fenómeno das tunas veteranas e/ou quarentunas, é claramente residual.
Ou seja, não tem a relevância - e são os factos a comprovar tal - importância, expressão e/ou peso relativo face à expressão masculinas, femininas e mistas - e ainda bem, se atentarmos ao que se pretende no todo do fenómeno, sua continuidade no tempo e espaço, de forma a se poder perpetuar a Tuna em sentido abstracto.
Dita tal evidência - que, por muito que não se queira, é incontornável - gostaria de referir, ao fim e cerca de 35 anos após o Boom Tuneril português de finais do Século XX, o que entendo sobre tal expressão residual nacional, as Tunas veteranas e/ou Quarentunas.
1ª Reflexão: Em tese, e olhando para as nadas no Boom, o que se constata hoje é uma clamorosa falha geral: Muitas das tunas de panorama, então, NÃO têm a correspondente Tuna veterana e/ou Quarentuna nos dias de hoje. Facto. São muito poucas, quase nenhumas, as que estabelecem tal correspondência direta e face às Tunas dessa época. Incontestável.
2ª Reflexão: É, ao fim de 35 anos, mais coisa menos coisa, esse mesmo falhanço, um sintoma de disfunção/desvio, por inorgânico: Por tal, são hoje fenómeno RESIDUAL no todo PORTUGUÊS das Tunas de carácter estudantil. Causas para tal há a montante (os elementos da Tuna X em 1995 não quererem formar hoje a respectiva quarentuna, p.ex.) mas também as há a jusante: Mais um FACTO incontestável.
3º Reflexão: Das residuais existentes, apenas - na minha modesta e humilde opinião - relevam 3 agrupamentos *, pela sua génese, história, projecção/amplitude de facto, trajectória imaculada e, acima de tudo, pela sua qualidade humanista:
A Tuna de Veteranos de Viana do Castelo, a Quarentuna de Coimbra e, finalmente, a Tuna Veterana do Porto .
E as três pelas mesmíssimas ordens de razão:
1. Projectos Comunitários e não fulanizados: Muda tudo, goste-se ou não.
2. Projectos Culturalmente abrangentes: Porque representam algo mais do que a si mesmos.
3. Projectos Multitudinariamente Respeitáveis: Porque não de facção e/ou a soldo de terceiros interesses comezinhos e/ou suspeitos - e pelo menos.
Em tempos estranhos, onde a ignorância é CV e o saber Cadastro, onde quem faz bem é vilipendiado e quem faz mal, canonizado, onde a mentira da percepção vale mais do que a validação da verdade histórica, é importante enfatizar a Verdade e dar a mesma à estampa, sem qualquer misericórdia.
O panorama em questão, em Portugal, é hoje claramente deficitário face ao que deveria, orgânica e naturalmente, ser, por manipulação directa e/ou indirecta, que origina desvios inorgânicos do todo do fenómeno em questão. Muitas razões haverão, também, para tal explicação, que o futuro se encarregará de mostrar de forma clara. Aliás, muito estranho que haja quem se sujeite a tal.
Está este sub-micro-panorama - excepto UMA - refém de interesses pessoais que, ardilosamente, estão travestidos de tudo menos do que, objectivamente, deveriam organicamente ser - o que responsabiliza e penaliza apenas os seus actores.
Há quem esteja, nos bastidores, a tentar manipular um já debil sub-produto e que, por tal, apenas contribui para o seu definhar a prazo médio, não permitindo ao mesmo evoluir de forma orgânica e natural, por introdução evasiva na forma tentada, que seja. Está tal sub-panorama, genericamente, refém de si mesmo, acantonado, em circuito fechado. Lamenta-se.
Que não seja por falta de aviso.
Meramente a minha opinião.
* adenda-se, mesmo que em contexto histórico completamente distintos das 3 referidas, a AATUC.
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