No seguimento de uma "Aventura" datada de 2016, deixo aqui uma reflexão, mais até em tom de constatação que o passar do tempo, sintomaticamente, nada alterou, antes reforça.
Então, constatemos:
NENHUM estrangeiro estudou a Tuna Portuguesa de forma aprofundada e até à data, apenas e só portugueses o fizeram. Repito, nem um.
Pelo oposto, já há alguns anos a esta parte, alguns Tunos (sempre os mesmos, por sinal) portugueses estudaram de facto e a fundo, a Tuna no resto do mundo. Há várias publicações físicas e em linha que o atestam.
Resulta, por tal, óbvio, que o desconhecimento da realidade tuneril portuguesa - quer histórica quer sociologicamente - visto de fora das nossas fronteiras, é um claro impedimento ao conhecimento e entendimento da Tuna Lusitana - como é fácil de perceber.
Manda o Bom Senso, por tal, que haja cuidado extremo na análise do caso Tuneril português - único no mundo, queira-se ou não - e, acima de tudo, perceber-se o mesmo, enquadrando-o num todo universal da Tuna estudantil.
Ora, sendo a Tuna Portuguesa uma realidade distinta das demais em todo o mundo, tal impede uma definição Universal de Tuna Estudantil, por motivos mais que evidentes, até cognitivamente para um qualquer caloiro. Quando essa diferença começa logo pelo facto de a Tuna popular em Portugal ser mais antiga que a do foro estudantil, menos ainda será necessário dizer.
Para terminar, registar o essencial:
A Tuna é, antes de tudo, uma Expressão Musical; só depois revela a sua condição sectorial - popular, de estudantes, de presidiários (como já houve, no Perú), de uma agência imobiliária (como há, aliás) ou de uma agência funerária ou do que se quiser (vide tunas de universidades seniores).
A falsa ideia - qual eucalipto que tudo seca à sua volta - de que a Tuna é apenas de estudantes revela uma tremenda ignorância. E é aqui que claudicam os néscios, sejam portugueses ou espanhóis:
Em Portugal, a Tuna é uma expressão Musical Ad Initium. Só depois é outra coisa qualquer também. E quem não entende isto não entende r i g o r o s a m e n t e nada de Tunas. Aceitar este facto é o único caminho para se perceber a Tuna; começar de outro qualquer ponto dá asneira.
Somos o país do mundo com mais Tunas estudantis, se contabilizarmos o número de habitantes, já não falando nas populares, liceais e/ou outras. Temos a cidade do mundo com mais Tunas estudantis activas em todo o mundo - Porto, no caso. Temos uma tradição de Tuna em abstracto com quase duas centenas de anos, comprovada historicamente, estudada a fundo por alguns Tunos nacionais: Não conheço Tuno ou outro estrangeiro qualquer que o tenha feito, porque, simplesmente, não há.
Por tudo isto - e mais a experiência acumulada dos últimos 35 anos - não se aceitam visões egocêntricas e/ou pseudo colonialistas de um fenómeno com expressões distintas em vários pontos do globo. Resumo: Não será um qualquer estrangeiro ou nano grupo(s) dos mesmos a dizer o que somos, quem somos, porque o somos e muito menos ainda para onde (não) vamos ou deixamos de ir.
Além do ridículo em si mesmo, não terá qualquer hipótese, seja discriminatória até: O futuro próximo irá mostrar quão relevante é a autonomização cultural da Tuna Portuguesa - e por aqui me fico.
Não somos colonizáveis, e muito menos peões num jogo de ódio entre estrangeiros, onde uns poucos Migueis de Vasconcelos e Brito resolveram participar, mesmo que à custa do discriminar da Tuna portuguesa estudantil e/ou popular, apenas para proveito próprio - julga(m) - numa "fotografia" pouco menos que indecorosa.
Não somos colonizáveis, e muito menos peões num jogo de ódio entre estrangeiros, onde uns poucos Migueis de Vasconcelos e Brito resolveram participar, mesmo que à custa do discriminar da Tuna portuguesa estudantil e/ou popular, apenas para proveito próprio - julga(m) - numa "fotografia" pouco menos que indecorosa.
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