A Aventura da Eurovisão

Quem teve o (des)prazer de assistir recentemente ao tão sobejamente conhecido quanto ridiculo Festival da Eurovisão da Canção realizado em Helsínquia, assistiu a uma caricata e espectável diria até votação final dos temas que, basicamente, se resumia aos televotos dos espectadores de cada país não podendo os nacionais de um determinado votar na "sua" própria canção.

Resumidamente esta é a unica regra na televotação da Eurovisão hoje.
A Europa de Leste esteve inteiramente representada por força quiçá da sua histórica noção nacionalista que cada país ou estado mais ou menos recente detêm e desde há muito, afastando na eliminatória precedente com os televotos muitos países da europa central e ocidental mais que habituados (e enjoados, diga-se) do dito cujo festival (excluíndo a tragédia da Sabrina que a essa nem um surdo lhe valia fosse "tuga" ou arménio.. que saudades do Cid senti nessa noite e do seu "adio adiós....".).
Faz sentido, afinal está aqui um terreno mais que propício para levar a bandeira mais além, mesmo que a sua musica seja um completo desastre musical (e veja-se o caso do tema da Ucrania que ficou num 2º lugar no mínimo, hilariante...).

A forte emigração romena, turca, russa e de outros países de Leste europeu ajudou a que as musicas da europa central e ocidental não se colocassem na 1ª metade das melhores classificações, para lá de não apurar uma série de países habituais neste concurso tão histórico quanto decadente, diga-se. Devo referir que não existe nada que prove que as musicas de leste ou de oeste sejam melhores umas que as outras, note-se, aliás, passa-me ao lado se estamos a falar de música e no caso. O que não me passou (e julgo que a muitos também não) ao lado é que no minimo é estranho que a 1ª metade da tabela classificativa estava à direita do - felizmente - extinto Muro de Berlim, como seria estranho se fosse só da metade esquerda. Coisa tão "Lusitanamente tunesca", não é??? Porque raio me lembrei tanto de tunas quando vi a votação da Estónia na Letónia, da Suécia na Dinamarca ou até mesmo de Portugal na Espanha (esta de se votar no vizinho do lado já é antiga, note-se) ????

Porquê falar nisto num foro tunante? Ora, parece por vezes que os paralelismos se impõem naturalmente, saltam aos olhos até, dada a mais que evidente lógica subreptícia em processos que não valorizam como deve ser quem deve ser valorizado mas antes outros "esquemas" que permitem, por vias que nada têm a ver com o que se está a passar, levar ao côlo quem de outra forma nunca poderia chegar lá "acima"; claro que para isso, outros pagam a factura devida, se uns sobem será porque outros descem...

Por momentos ao ver esta paródia eurovisionada me lembrei de alguns certames de tunas, devo confessar com alguma frontalidade, onde se leva ao colinho quem não tem condições objectivas para poder vingar claramente em situação normal, levando ao uso e abuso de subterfúgios por parte de terceiros a fim de procurar a todo o custo "contornar a situação" e com sucesso regra geral. É uma espécie de GPS viciado que por mais que recalcule o traçado, vai sempre parar aos mesmos caminhos e com vista a UM unico destino, haja o que houver e doa a quem doer. O problema nestas coisas é que tudo surge com uma áurea de "legalidade e legitimidade" insuspeita ao mais incauto que, quando se dá conta, já foi, já lá vai. E o que realmente tem valor, cumpre de facto, apresenta postura digna, etc etc etc, quase que nem participa antes e sim, é figurante num Auto de Proclamação de coisas que nada têm a ver com a finalidade suposta do evento em questão. Coisa tão comum em Tunas e em Portugal, ora reparem lá. É, não é? Ora vamos lá todos "push the buttom" como Israel quis fazer, com mensagem e bandolim e tudo!!!!.... http://www.youtube.com/watch?v=KtMyfH2riMk (claro que não foi à final, não é, faz "sentido".....!)

Tanto festival de tunas que tem os seus "emigrantes turcos ou romenos instalados na Bélgica" a votar nas canções turca e romena ainda antes de ter soado o 1º acorde de qualquer uma delas, quase que a dizer "é assim e mais nada..." e "os outros que se safem" como puderem entre mortos e feridos. Tanto esquema descarado e que se percebe até antes de as coisas acontecerem como elas vão acabar, tanto na Eurovisão como nas Tunas e nos certames nacionais.

Percebem agora a urgência de repôr os niveis de exigência, a urgência em combater travestis tunantes e a mais que evidente capacidade de sucesso de quem por via de regra anda nas tunas a aldrabar...a TUNA?

P.S. - Vá lá, que no meio daquele festival da Eurovisão de Leste ainda assim ganhou um belissimo tema oriundo da Sérvia, cuja sua interprete berrou o nome do seu país a cada doze votos que caiam no seu regaço, para que se ouvisse mesmo sem satélite até em Sagres. Mas foi mesmo a única coisa interessante naquele lastimável e parodiante certame, para lá da música Israelita....

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