A Aventura da verdadeira Praxe


Cá estamos em pleno início de ano lectivo. E as inevitáveis - ou não - Praxes de recepção ao Caloiro. Beja está de parabéns nomeadamente a ESTIG desta cidade. Os seus caloiros foram limpar a mata da cidade, numa acção que para muitos conjuga Praxe em sentido lato com cidadania activa, sendo que o que os Doutores da ESTIG fizeram é apenas e tão só Praxe na sua definição concreta, real e tradicional, adaptada aos tempos de hoje e em concreto com a realidade dos tempos modernos, que se preocupam com a cidadania.

Este acto dos Doutores da ESTIG não é mais nem menos que Praxe, a verdadeira Praxe que educa, instroí, cria laços reais com o mundo que nos envolve e em vários pontos da nossa acção diária enquanto seres humanos uteís para a sociedade. Não é para mim um acto heroíco, é o que deve ser a Praxe sem mais delongas. Quanto muito este acto reveste-se de positivamente anormal porque a dita Praxe por estas alturas anda arredada da esmagadora maioria das mentes ditas "praxistas" que mais não são do que uma horde travestida de imberbes ignorantes sobre a verdadeira Praxis que atacam e vilipendiam a verdadeira Praxe, desconhecida de muitos e com factura paga por todos.

Os Doutores da ESTIG não se refugiaram no normal "deixa andar" tão tipico da sociedade actual e por conseguinte, do estudante de hoje e também eles foram limpar a mata com os seus caloiros. Foram para lá de, muito mais além do que a questão estética que a Praxe também encerra. Em suma, fez-se Praxe verdadeira, que não deixou certamente de colocar os preceitos praxistas à mostra mas que conjugou um acto de Praxe com uma adenda positivista, quer da imagem dos mesmos, quer da imagem geral do estudante. Pena é que seja uma acção destas de Praxe um oasís quando deveria ser o normal, quando deveria ser sempre assim a Praxe, mantendo as suas características de respeito, de integração, de noção de hierarquia, de noção de aprendizagem contínua, nada mais nada menos que o que espera todo o estudante quando chega ao mercado de trabalho, por exemplo.

A verdadeira Praxe é inteligente, educa, instroí, cultiva, promove, faz e não diz que faz nem manda os outros fazer. A verdadeira Praxe integra o caloiro mas integra-se quando é verdadeira no todo da sociedade onde se insere. É esta Praxe - a única que conheço - que "cala" e desmonta as teorias anti-praxe que por aí pululam, não a outra que lhe dá motivos atrás de motivos para baralhar e voltar a dar. Foi uma agradável surpresa que Beja nos trouxe, não tanto pelo acto em si mas sim porque, afinal, ainda há quem saiba de facto o que é a Praxe. Lá está, sempre foram estes - os que sabem o que é a Praxe - poucos mas bons. Nada de novo aqui também.

Post Scriptum: Sempre houve uma coisa que me "intrigou" nesta época do ano. Porque raio se pintam os caloiros como se de indios Sioux se tratassem quando o batom nunca foi um dos símbolos da Praxe? Que me conste Símbolos da Praxe são tesoura (sem bicos),o penico, a moca e a colher da Praxe. O batom não me consta que seja ou que alguma vez o tivesse sido sequer. Foi a única falha que este acto de Praxe teve, mormente estética.

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