A Aventura da Desadaptação ao meio - ou Adaptação dos meios...

Após uma pausa sábatica por força das festividades académicas anuais que assolam o nosso país por estas alturas, apraz-me registar alguns "hotpoint´s" que basicamente se resumem a uma dictomia interessante: Estamos a assistir a uma desadaptação ao meio ou, por outro lado, a uma adaptação dos meios? Temo que ambas, confesso.....

O nosso meio é um meio, queira-se ou não, goste-se ou não, Tradicional. É vincado por características mais do que conhecidas e que distinguem uma Tuna de uma qualquer grupo musical de estudantes usando todos o mesmo traje. Negar pois o nosso meio é negar sumariamente a Tuna enquanto tradição, instituição. Aliás, nada de novo aqui já que como todos sabemos no nosso meio pululam ditas de, mas que não o são de todo, de todo.

Foi, portanto, um Maio de fartar vilanagem: desde o advento em força - e com muita força - das "fotocópias" a ultrapassar o original, passando pelo quase ostracismo do nosso meio num tempo que deveria acima de tudo elevar o nosso meio, terminando em um ou mais epísódios de usurpação pelos "politicos junior" da nossa praça académica de momentos tunantes por génese, de toda a forma e feitio, tivemos neste Maio várias manifestações de desadaptação ao meio, ora aqui ora ali, ora de forma grosseira ora de forma velada. Continua o meio, o verdadeiro meio tunante a pagar a factura, levando porrada de meia noite oriunda de todo o lado, a torto e a direito, por tudo e por nada, pior, às vezes até dada por alguns ditos do próprio meio. Enfim, nada a que não estejamos habituados, justamente; os que prestam o pior serviço possivel à Tuna em sentido lato estão precisamente no meio das Tunas - e não fora delas.

Desadaptados ao meio parecem ficar - mas não.. - os que verdadeiramente dele são, a ele pertencem, a ele prestam tributo quotidianamente. E para isso ocorrer contribui sobremaneira a adaptação dos meios que alguns vão fazendo em contraponto; continua-se a valorizar o que de Tuna nada tem, continua-se a bater forte e feio na Tuna enquanto Tradição e Cultura, continua-se a promover o impossivel de promover até, a misturar alhos com bugalhos, quase que a indiciar que quem está bem afinal está é mal e vice-versa, numa completa inversão dos papeís perfeitamente néscia, imbecil e mais, atentatória. Para que todo este cenário ocorra contribui enormemente a adaptação dos meios que alguns vão promovendo, ao invés de se adaptarem os mesmos ao meio em que - supostamente - se inserem ou dizem inserir - prefiro colocar a questão nestes termos, sinceramente. E assim se vai perdendo o essencial inflacionando o acessório - em alguns casos para lá de acessório, circense.


Daí esta dualidade em complemento mútuo em que vivemos: Desadaptação ao meio Tunante a rodos e à custa de uma adaptação de meios com vista a um único objectivo. E assim vai o mundo tunante, julgando-se que a liberdade é libertinagem, não se pensando no que se vai deixar de legado para as gerações vindouras. É por estas e por outras que dificilmente a Tuna em abstracto deixará o rótulo que tem perante a sociedade futrica em geral: "são uns moços simpáticos que tocam umas coisas...."; Quem não se dá ao respeito dificilmente será respeitado e mais, respeitável.


Nada a fazer excepto abrir o livro e expôr. Mais do mesmo, portanto. Nunca como hoje o "orgulhosamente sós" fez todo o sentido. E ele há tanta gente desadaptada que se julga....apta....

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