A Aventura Socialmente Tunante II

E eís-nos chegados ao dias de hoje, tempos incomensurávelmente estranhos mas aos mesmo tempo tão fáceís de decifrar: a ocasião f(e)az o ladrão.

Estranhos pela contra-natureza de um certo mainstream Tunante que assenta num misto entre a permissividade por omissão dos valores reais da Tuna em sentido lato e uma certa parolice instantânea intencionalmente virada para o 1º lugar. Como se não bastasse os araútos desta corrente absurdamente oportunista - porque aposta claramente numa bandalheira tunante portuguesa que em nada tem a ver com as regrada forma tunante espanhola - continua a cometer os mesmos erros de sempre: refugia-se na palavra "inovação" sendo que dela nada têm - a inovação pressupõe a existência de algo anterior, tremenda incongruência dos que não respeitam o antes, o passado... - aposta na invenção chapada em tons de "e agora para algo absolutamente inédito e quanto mais inédito, melhor"- quando em Tunas já está tudo inventado faz anos e anos.

A 3ª evidência é a mais conclusiva de todas: Nunca conseguem justificar a javardisse que fazem a não ser de uma forma: insultando, vilipendiando ou alimentando ainda mais a "patranha" monumentalmente metida. E pior, sempre recorrendo a este expediente pueril e mal intencionado quando percebem que, após a devida argumentação factual, real, tradicional, correcta e feita de forma elevada, não conseguem justificar os valentes absurdos que propagam por óbvia impossibilidade inteligentemente técnica. Em suma, a Tuna de hoje tem no seu meio Tunas e pseudo-tunas, sendo que estas últimas julgam ser Tunas - porque o meio é definitivamente atractivo, quando for o andebol universitário passam a ser andebolistas, obviamente - e as que realmente são Tunas limitam-se em 98% dos casos (há 2% que seguramente apontam o dedo sem qualquer complexo) a ignorar ou prepositada e por tal cobardemente a passar ao lado de tudo "isto" como se nada disto fosse com eles. Mas é, mais dia menos dia, será.

Colhe-se o que se semeou, não tenhamos a mínima das dúvidas. No entanto, querendo-se reparar os erros percebe-se que tal é manifestamente impossivel porque 1º) patrocinados são pela demissão das tais 98% de Tunas e 2º) porque os próprios "Professores Pardais" do meio Tunante nem sequer admitem que se lhes aponte competente e correctamente o dedo, que fará admitir o erro em que caíram. É um círculo vicioso alimentado a actividades circenses, arrogância aparolada, uma dose substancial de má educação e uma ainda maior de falta de humildade. A pazada final é dada pelo aparente sucesso competitivo de ocasião - que cataliza o erro ainda mais - e, ironia das ironias, precisamente pelas tais 98% de Tunas que incompreensivelmente vão dando espaço no seio Tunante a quem dele nada tem a ver por opção própria (shame on you!).

Há na Tuna de hoje em Portugal algo que é absolutamente inadmissível e intolerável, que é passar-se a ideia de que, à custa da "amizade, entre copos e tainadas e blá blá blá" (um belo esquema para se vender porcarias travestidas de Tuna) se vá paulatinamente passando a ideia de que a defesa da Tuna em sentido lato é uma espécie de "peste negra" e, consequentemente, quem faz essa defesa é que é freak. Não, meus caros e caras, é ao contrário, completamente ao contrário, absoluta e convictamente ao contrário. Freak é quem não sabe, não quer saber e tem raiva de quem sabe.

A Tuna portuguesa hoje está, pois, em dois planos distintos: o da Tuna de facto e o da ContrafacTuna. Podem existir ContrafacTunas? claro que sim. Desde que se assumam como ContrafacTunas que o são e até disso fazem gala, pasme-se, ó Tunas de facto!!!!!. E como é tão fácil identificá-las torna-se óbvio que elas estão aqui, no meio, quando deveriam estar ao lado, em cima, em baixo, fora. Mas no meio, nunca.

Se não se colocar literalmente o dedo na ferida, não tardará nada e veremos ContrafacTunas a usar samplers, backing tracks, escafandros ou fatos de Astronauta e pior que tudo isso ainda se chegará (??!!) ao ponto extremo de se dizer "olhem-me estes gajos de Capa e Batina com cordofones e pandeireta!!! Não pode ser, isto é contra a "tradição"....!!!!!!!!!!!!!!!

Tudo isto me faz lembrar uma anedota que reza assim: A NASA entrevistou um francês, um inglês e um tuga para escolher um deles a fim de assumir uma missão arriscadíssima, oferecendo 5 milhões de Euros ao escolhido. Pergunta ao francês: que faria com os 5 milhões de euros se fosse escolhido? Este responde que guardaria todo o dinheiro. Ao inglês a mesma pergunta respondendo que gastava 1 milhão e o resto guardaria no banco. Chega ao tuga e, face à mesma pergunta do Director Geral da NASA a resposta foi " bom, meu caro amigo, alabêre, para já dou-lhe dois milhões de mokas para me escolher a mim, guardo outros dois milhões na minha conta bancária e com o milhão que sobra arranjaremos um otário qualquer que vá na missão....." . Ou seja, aparentemente toda a gente sairía a ganhar com este esquema cuja única prejudicada é uma entidade qualquer abstracta que, no nosso caso é nada mais nada menos que a Tuna. Formidável!

Da minha - e de muitos - parte é como manda a educação Tunante que sempre tive: se for preciso, orgulhosamente sós.

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