A Aventura dos Magnos Caloiros.....



Uma das, senão a mais importante, premissa em que assenta uma qualquer relação de poder, seja ele directa ou indirectamente imposto ou sugerido até, é aquela que assenta no respeito entre as partes; Nenhuma relação saudável de poder pode existir entre comandantes e comandados se não houver respeito de parte a parte. O começo das revoluções sejam elas de que índole sejam, passam sempre, nessa partida a montante, pela quebra desse elo fundamental, o respeito. Se este não existe entre quem detém o suposto poder e os supostos mandados então tudo o resto não faz qualquer sentido.


Logo, quando um comandante perde o respeito das suas tropas tal significa, a prazo curto, médio ou longo - mera questão temporal -  à queda com estrondo desse pedestal que é o exercício do poder. Um dos erros mais clássicos do uso do poder é alimentar o poder com mais poder ainda , passando da respeitabilidade para a marginalidade típica de um qualquer ditador, regra geral, a consequência do regar o poder com mais poder. Lembra-se recentemente o ocorrido por exemplo, na Líbia, Tunísia, ou Egipto: O Ditador morreu. Num buraco, regra geral.


À sua devida escala, obviamente, e na Academia, o cenário que se nos depara hoje não anda longe, por analogia, com o que se passou nestes países norte-africanos e com o que se passa, por exemplo, na Síria actualmente. Resulta 1º de um arrastar no tempo do poder instituído incapaz de perceber que há que progredir, avançar e legar a herança. Depois, uma birra colossal com demonstração bélica para afirmar claramente quem detêm o poder, depois a contestação publica na Praça Tahrir, a subsequente pressão externa e interna dos opinion-maker´s e quejandos até à queda do regime e mais que óbvia purga na procura do escalpe do Ditador, sempre num buraco na boa tradição de Bin Laden, Sadam Hussein ou Kadhafi. Fatal como o destino.



Já não peço que se saiba - e perceba - os mínimos olímpicos da História ou mesmo da actualidade; bastaria ver um simples filme que Charlie Chaplin nos legou, até, para que se perceba como tudo isto vai acabar, inevitavelmente. Um dia vai surgir um barbeiro novo, na capital da Tomânia, que irá proferir um discurso novo, revigorado, de futuro, reconquistando assim novamente o respeito dos seus súbditos, comandados, correlegionários, até. Até lá, O Grande Ditador continuará a sua demente cavalgada, pisando tudo e todos na Praça Tahir dos Leões que ele mesmo criou, tentando manter o precário equilíbrio do seu globo académico que gira e gira, sem que se aperceba de que o fim está mais próximo hoje do que ontem. Coisa de Magno Caloiro.....

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