A Aventura da Razão à Posteriorí - Parte II



Depois de largada a bomba no passado fim de semana, não se fizeram esperar as mais que previsíveis reacções - quer no virtual quer no real -  contudo, e deixando a poeira de alguma forma assentar, algumas reflexões se impõem e no seguimento do post anterior:









1) O momento é deveras perigoso: É precisamente nesta altura do ano - juntamente com a da recepção ao caloiro - que as hostes «pracheiras» estão convocadas em força e os ânimos mais exacerbados ficam, o que pode originar situações que nada são desejáveis mas que devem ser previstas pelo ponto de vista das Tunas, protegendo a livre vontade e sua independência histórica pelos meios que estão disponíveis. O que nos leva ao ponto 2:

2) Aguardemos pela próxima Quarta-Feira, na certeza de que tudo decorrerá dentro da maior urbanidade e respeito pelas opções livremente tomadas - mormente o histórico recente corroborar a noção de alguma cautela, como manda o bom senso e perante os actores em causa: É que se bem me recordo, não foram Tunas que "fecharam" a Rua dos Bragas.

3) Fica claro que há uma clara cisão (melhor dito, um mero regresso ao estado natural da Tuna) e, mais importante que isso, uma clara noção que - e por motivos diversos, caso a caso - subsidia a verdade histórica: A Tuna não tem nada a ver com a Praxe. Enquanto foi apenas tal dito era uma coisa; agora é outra. É o patamar seguinte que estamos a vivenciar em primeira mão. Obviamente que as coisas se jogam também a outro nível.

4) É este novo nível uma novidade nos últimos 30 anos. Por sê-lo, deve ser esta novidade vista como uma oportunidade.
Se há quem seja tuna e se subjugue aos «pracheiros» pois muito bem; se há quem se diga - agora ou desde sempre - da tuna e só dela, pois muito bem à mesma. Mas é preciso dizer de forma clara que, se por força de uma nova realidade, se procede a justiça não se caía na tentação de cometer, à custa disso mesmo, injustiças. Há mais vida para além do FITA e do Cartolas no que às tunas importa. Aliás, muita mais, diga-se. O que nos leva ao ponto seguinte.

5) Deve, por todas estas razões, perceber-se a oportunidade histórica em causa - outra vez, já que no passado recente existiu pelo menos uma oportunidade perdida, dando-lhe seguimento prático para lá da presente Queima, de forma verdadeiramente ampla e congregando o máximo de tunas possíveis da Academia.
Não se queira, em nome da oportunidade que hoje as tunas vivem, instrumentalizar a mesma, usando-se as tunas - uma vez mais - como arma de arremesso para fora e entre as mesmas: É que de boas intenções está o Inferno cheio e cair na suprema tentação do ajuste de contas ou da inveja comezinha apenas é, afinal, cometer o mesmo erro que os «pracheiros» cometem desde há anos a esta parte.

Para Memória Futura.





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