A Aventura da Novel Tuna




1ª Aventura do Ano. Siga.



O que deve estar na base de uma Tuna quando ainda está a nascer? Que pressupostos deve estabelecer? Que estética deve ponderar? Em suma, "pegar-lhe" por onde e como?




Existem alguns hotpoints. Em tudo o que nasce, frágil, há uma forma de tratamento que deve presidir à sua nascença e primeiros passos, sob pena ou de sobredimensionamento ou de indiferença/desinteresse após algum tempo, o que pode originar dissabores.




Antes de tudo, a estética que deve presidir a um projecto. O que são, o que querem ser, que pretendem fazer, representar. Depois, os meios. Que gente há, que capacidades detêm, que recursos de vária ordem possuem. Há por onde evoluir? Como e por onde, porque caminho? São questões que raramente se colocam no inicio de um qualquer projecto tuneril, mais preocupado com a mera fruição do momento do que, provavelmente, com algo mais à frente no tempo e no espaço.




Não havendo fórmulas mágicas nestas coisas - e ainda bem, direi até - não é menos verdade que algo projectado no tempo e espaço produz objectivos, metas a definir que, se procuradas, levam a trabalho sério de facto. A conjugação do quotidiano de uma tuna recém-nascida com os objectivos que pondera a prazo não são conceitos incompativeis. Existe, pelo meio desses dois conceitos, um mar de pequenas questões que, avaliadas, poderão levar ao sucesso em mais ou menos tempo. Se for, claro, esse o caminho: Evoluir. É que pode não o ser, até de forma consciente.




Cumprir com o básico é à nascença, essencial: Trabalho, rigor, método, cuidado quer estético, quer vocal, quer musical. Ter massa critica e humana de valia é outro quesito essencial: Não há omoletes sem ovos. Deixar de lado alguns comportamentos e adoptar outros, idem. Estabelecer uma rede de contactos a vários niveis é diplomaticamente inteligente. Aprender com os consagrados, idem. Humildade a tapetear tudo isto é essencial. Auto-Estima fruto do resultado do trabalho, idem. Equilibrar estas noções dispersas mas complementares é sempre complicado. Mas não impossivel, antes sim recomendável.




E assim se cria um Paradigma de grupo. Todos sabemos, porém, que os paradigmas sofrem, ao longo do tempo, mutações, resultado da evolução do próprio grupo. Contudo, essas alterações não podem e não devem significar a morte do paradigma inicial e a subsequente criação de outro: Ocorrendo tal a única coisa que resta do paradigma inicial é o nome. Preservar o paradigma inicial é, por essa razão, essencial. Resguardar as relações humanas do paradigma inicial, idem. Cultivar a própria história do grupo é fundamental. Acarinhar a mesma e salvaguarda-la, um imperativo.




As pequenas alterações ao DNA ao longo da vida de uma tuna estudantil servem para reforçar o seu paradigma fundacional - e não para promover golpes de estado internos que apenas levam à alteração radical desse mesmo paradigma, derivando em outro. Sintomaticamente, nas tunas nacionais a preservação do paradigma fundacional ocorre em 99% dos casos. O que faz saltar à vista o 1% que muda do 8 para o 80, tornando-se assim noutra coisa que não a que diz ser.




Em suma: Pensar um projecto na sua base é fulcral. Muito do que se pensa não é concretizável a prazo. Certo. Mas a sua prossecução indicia lógica, rumo, identidade. Factores que deve manter ao longo da sua vida. Caso oposto estamos perante algo que não passa de mero produto de contrafacção.




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