A Aventura da Contrafacção





Como se passa de um paradigma para outro completamente distinto, travestindo o inicial? Arquitectando um golpe de estado - ou seja, mudando o estado inicial de algo para outro completamente nos antípodas, passando por tal a ser outra coisa qualquer.





Todo e qualquer golpe de cariz interno carece de uma prévia esquematização. Leva tempo: Necessita de estigmatizar uns, de arrebanhar outros, de ponderar custos e proveitos. Necessita de uma linha de pensamento coerente com os pressupostos do golpe. Extende-se no tempo, elaborada premeditadamente na senda da sua intenção primeira: Dominar. Quem? O seu arquitecto: Regra geral há sempre um “Capo".


Mede primeiro os putativos adversários - ameaças ao mesmo dominio - para depois os colocar no lado de lá com leves "esticanços de corda" até a mesma rebentar. Arrebanha súbditos desprovidos de pensamento próprio, que mais não são do que amestrados Pinschers que agem às ordens do arquitecto do golpe, replicando tudo o que o mesmo diz e faz, num teatro de marionetes movido por numa cultura de seguidismo cego - que assim vai tirando dos trilhos iniciais o comboio, levando-o para e por outros caminhos, operando assim a tal mudança de paradigma.


Vai lenta mas premeditadamente pensando os passos. Primeiro atraí para ganhar confiança, mostra-se solicito e até afável para gerar simpatia, depois cria uma rede de interesses pessoais que em pirâmide vão capitalizando a fidelidade dos seus Pinschers, originando uma espécie de Famiglia Napolitana, que se rege pela cega obediência ao seu Capo - regra geral o “bom rapaz” sempre simpático perante todos, imagem falsa que apenas serve para esconder as “façanhas sociais" por todos conhecidas e não assumidas, de carácter moral altamente duvidoso.


Quem não "alinha" está contra. Não há lugar ao natural espírito critico e contraditório de uma Democracia. Presume e torna a presunção em "lei". Dele, claro está. Uma espécie de “L´ État c´est moi”. Porque não é susceptivel de ser contrariado sequer. Quem não concorda está desde logo sujeito, esperando o Capo apenas uma pequena e subtil oportunidade, fazendo assim a depuração.


Vai usando os Pinchers para fazer "habilidades" que pretendem unicamente isolar quem não é "da malta" acéfala que, ou por temor ou por desconhecimento, alinha. Tal qual como se passa na Coreia do Norte, por exemplo; Os “Generais" que não concordam com a mudança de paradigma e métodos usados para a sua alteração são afastados em processos ilegais mas cobertos de uma fina pelicula de pretensa "lei", para assim passarem pelo o que não são, restando no fim os cobardes amorais que se calam e consentem, na expectativa de não sofrerem represálias ou obterem alguma vantagem com o seu silêncio pactuante.


O Bas Fond de Pinchers e Generais cobardes a soldo ajuda a fazer o trabalho sujo, onde a mentira, a cultura do ódio, da malidecência e perseguição sumária acabam por levar ao cenário derradeiro: A tal Mudança do paradigma inicial apenas e só porque alguém assim o quis, criando assim um Outro Grupo, que em nada tem a ver com o dito cujo inicial - mesmo que leve o nome de sempre - o que é uma forma ardilosamente encapotada de camuflagem para passar, assim, “disfarçadamente”, nos intervalos da chuva. Um trespasse para outro ramo.


O lado mais visivel desta mudança de paradigma resulta precisamente nos métodos utilizados, o que a define: Deixa rasto, cria uma nova noção que depois explica tudo o resto que vem a seguir. Já se sabe com o que se conta e o que se espera. É previsivel. Até se consegue adivinhar o passo seguinte, porque demasiadamente óbvio. Os resultados? Necessariamente diferentes, para pior, como é óbvio.


Movido agora por um novo paradigma - porque abandonou a regra, a lei e a justiça patentes no anterior - torna-se assim num outlaw, onde apenas se aguarda a próxima “graça social” a ser cometida, deixando para trás o importante e essencial - que agora já não o são. Pior será quando o paradigma anterior serve agora apenas de fachada para terceiros verem, uma espécie de guarda-chuva para se auto protegerem das barbaridades, ilegalidades e atrocidades que sempre cometeram e vão continuar a cometer e que muitos conhecem - sem que os seus autores disso suspeitem sequer.


Assim, travestindo-se, se cria um novo grupo - distante do original - uma espécie de réplica chinesa de mau gosto e pior qualidade, que apenas pretende usar e abusar da boa imagem do paradigma inicial - que custou a construir, como tudo o que é bem feito - para assim poder, paradoxalmente, camuflar as habilidades que pretende empreender, cavalgando os créditos do original  - agora desaparecido - de péssima qualidade e pior resultado - como qualquer produto de contrafacção - até ao dia do inevitável final.


Comentários

"para assim poder, paradoxalmente, camuflar as habilidades que pretende empreender, cavalgando os créditos do original - agora desaparecido - de péssima qualidade e pior resultado - como qualquer produto de contrafacção - até ao dia do inevitável final."

Nesse caso sera apenas uma questao de tempo... so isso... e o tempo, como tu e eu bem sabemos, separa o trigo do joio!

Um abraco!

Yacare
Obviamente,meu caro Amigo. Aliás, já está a separar. Agora é esperar, tranquilamente....

Abraço!