A Aventura de um Livro


Talvez já seja tempo. O tal tempo que o Tempo nos dá para se poder, à distância, ler aquilo que as entrelinhas do Tempo nos vai deixando.


Penso que foi numa das entrevistas que dei, há um bom par de anos atrás, sobre a Tuna. A dado passo perguntaram-me o que achava do livro, do putativo impacto ou não do mesmo. E eu respondi, então, o mesmo que agora afirmo.


Não será agora que será dado valor ao livro. Não por ser "apenas" um livro - e coloco entre aspas o apenas porque, na era digital, da net, do realtime, das timelines, das fakenews e dos "super-heroís" atrás de ecrans que escrevem disparates fazendo-os passar por dogmas um livro é sempre algo jurássico, pelo menos - mas por ser um livro que fala sobre a Tuna estudantil, num meio que, sendo universitário, está - estará? - habituado a lidar com a mudança, a novidade, a evolução e com isso, aberto à aprendizagem, resulta precisamente no oposto de tudo isso: É nésciamente conservador, não quer aprender e resulta claro que tem raiva de quem ensina. Ou seja, a reacção típica de quem tem horror à escolástica - quando sendo universitário deveria ser ao contrário.


É evidente que - e já não falando pela enésima vez daquela enorme doença infecto-contagiosa que é "o-meu-conceito-de-tuna" - assim sendo, um livro que, ainda por cima, é o único até à data por cá com esta abrangência e teor cria aos contemporâneos do mesmo 3 tipos de reacção: Indiferença, agradecimento e inveja. Se no primeiro caso dá-se de barato que é uma reacção que cabe a qualquer livro (todos os dias saem livros do prelo), já nos outros dois casos as leituras são claras: Agradece quem o leu e dele colhe ensinamentos de forma a mudar opiniões anteriores erradas, procurando com tal postura saber mais. Quem o inveja indexa ao mesmo sentimentos comezinhos procurando dessa forma diminuir o(s) auto(es) pelo ataque gratuito e sem sustentação qualquer do livro: Nada que não se soubesse antes mesmo de o escrever, há que o dizer.


Sempre foi dito que o livro em causa não era um fecho de coisa alguma, muito pelo oposto. Aliás, está derramado no mesmo que há muito por descobrir sobre a temática e que, até prova cientifica em oposto, o que lá está derramado é factualmente verdade porque provado. Uns leram a frase toda (uma honestidade intelectual), outros apenas a parte que lhes interessou (uma desonestidade intelectual com claras motivações). Está/estão os autores abertos a todo e qualquer contraditório que apresente factos novos que corroborem o mesmo. Factos novos, provas - e não opinativo, diz-que-disse, achismos de três quartos de mês e muito menos polimentos de ego de alguém. Desde que foi dado à estampa e até hoje, ninguém contestou de forma cabal, provada e atestada qualquer facto que o livro derrama. Ninguém. Já as desditas típicas das dores de cotovelo, essas, lá continuam. Típico.


O livro terá o seu momento daqui a uns valentes anos, quando gerações vindouras lhe derem o devido valor - valor esse que será sempre aquele que o seu conteúdo define e o interesse do leitor procura. Quando houver necessidade de procurar mais sobre o tema, de saber como foi, porque aconteceu assim, quem era quem noutros tempos, etc. De forma livre, sem preconceitos, dogmas ou invejas pequeninas: O livro não foi escrito para alimentar egos - nem os dos autores e muito menos de leitores.


Dito isto, é-me completamente indiferente que digam mal do livro - até porque quem o faz não o leu, prova da sua verdadeira intenção: Está escrito e contra isso nada se pode fazer. Não o impinjo nem o ignoro. Um dia ele terá o seu Olimpo. Basta-me. É como um filho que ganha asas. Sozinho faz o seu caminho. Tem feito, aliás.




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