A Aventura dos Equívocos








Porque uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa, vamos desmontar alguns equívocos que, hoje, são recorrentes – e quando se fala sobre conhecimento empírico e histórico da Tuna. Usemos – em vez de uma longa narrativa – uma metodologia mais simples, mais “tunométrica”, se quiserem.


Partamos da frase matriz “Eu sei muito sobre a Tuna” – o saber, aqui, entenda-se, a perspectiva do conhecimento empírico e histórico, sobre a expressão musical Tuna.


Prossigamos: 




1. “Eu ando na Tuna há 20 anos”, logo, “sei muito sobre a tuna” = Falso.



Não há, aqui, qualquer relação directa entre tempo e conhecimento. A mera militância estendida no tempo, apenas aporta experiência relativa ao exercício da actividade tuneril - não ao seu conhecimento de facto. Aliás, no seio tuneril português (e não só) são muitos, aqueles que, quanto mais tempo de militância têm, menos conhecimento de facto sobre a Tuna demonstram - resultado da negação constante, face à realidade histórica demonstrada em meados de 2010, 2011.




2. “Eu conheço muitas Tunas/Tunos”, logo, “Sei muito sobre a tuna” = Falso.



E pela mesma razão que conhecer muitos restaurantes não faz de ninguém um Chef 5 estrelas Michelin. O facto de se conhecer muitas Tunas/Tunos, seja aqui seja no estrangeiro, não confere conhecimento empírico de facto sobre a Tuna. Erro crasso de percepção, que mistura coisas completamente distintas. Ser-se popular/conhecido no mundo tuneril não faz de ninguém conhecedor da tuna empírica e historicamente falando - como, alias, ficou, p.ex, amplamente demonstrado na esmagadora maioria dos streaming´s de tunas ocorridos durante a pandemia.


3. “Eu toco/canto muito bem ____________” (escolher instrumento, quando aplicável), logo, “percebo muito sobre a tuna” = Falso.

Mais uma vez, ser um bom garfo não faz de ninguém Chef. Ter aptidões musicais/vocais nada tem a ver com conhecer histórica e empiricamente a Tuna.

 

 


Resumo:




O exercício “Eu ando na Tuna há 20 anos” X “Eu conheço muitas Tunas/Tunos” X  “Eu toco/canto muito bem”, se dividido por “Eu sei/estudei sobre a Tuna” tem, regra geral, como resultado, Zero. Nenhuma das três premissas, juntas ou separadas, significa mais (ou menos) do que aquilo que, realmente, as mesmas são.


 

A mera mistura de conceitos é, além de errada, mal intencionada. Sugere uma espécie de “disfarce” da própria ignorância, um ludibriar malandro, quase a tentar “dar a volta” ao mais incauto, apelando a itens que - por mais respeitáveis que sejam - não têm, em rigor, nada a ver com a matriz “Eu sei/estudei sobre a Tuna”. Seria a mesma coisa que afirmar ser-se melhor que o CR7, apenas porque se vê futebol desde a nascença ou se conhece muitos jogadores de futebol – um absurdo, naturalmente.



Não é indiferente - neste cenário - a dificuldade de muitos em aceitar os factos históricos, desvendados há pouco mais de uma década – que, maioritariamente, são contrários à narrativa falsa, por romantizada, até aí proclamada aos sete ventos. A verdade histórica dos factos é vista, pois, como uma espécie de “desautorização” que envergonha (logo, mantem-se a errada visão romantizada), quando deveria ser vista como oportunidade de corrigir erros passados – toda uma prova de virtude, humildade e serviço, portanto, ao todo da comunidade tuneril.



Mudar de opinião, quando há provas inequívocas, não é sinal de fraqueza, menoridade ou vergonha: É, precisamente, sinal do contrário.



Já começa a ser tarde dar o braço a torcer à Verdade Histórica e aos factos documentalmente comprovados. É em nome da Tuna que se o deve fazer.


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