Final do ano. Algum tempo para rever algumas coisas, mais ou menos pendentes.
Ainda há um trabalho por publicar, sobre a Tuna na Academia do Porto, que foi ficando para trás - porque o tempo não estica, pelo oposto. Será tratado entretanto.
Vistoriando os meus arquivos, constatei algo muito interessante: A quantidade e qualidade dos mesmos relativos a todos os grupos por onde passei - e até de outros.
Tenho na minha posse todo o género de material, e por arquivo meu a seu devido tempo, desde documentos interessantes, passando por fotografias, cartazes de festivais/saraus/encontros, textos vários e outros documentos apensos, etc. Inclusivamente tenho religiosamente guardados emails de elevado - em alguns casos, bem elevado até ... - interesse, até para memória futura. Escuso de dizer que todo este material está fora da www, em backup seguro, naturalmente - lamento, hacker´s de paróquia, é perder tempo....
Diria mesmo que os meus arquivos pessoais - a ver pela gritante falta de noção das tunas no arquivamento da sua própria história - são significativamente completos, diversificados e ricos, com informação pertinente, não deixando margem para dúvidas sobre determinados pontos, assuntos, temas e afins colaterais. Evidente que - e não sendo a Torre do Tombo - no que se refere ao meu próprio interesse, tais arquivos revestem-se não apenas de mera importância para o arquivista - no caso, eu - mas também, eventualmente, para o(s) grupo(s) em questão.
Note-se que o meu interesse de sempre na guarda deste tipo de material não é, de todo, substituto da incúria dos grupos que não o fizeram, a seu tempo, de forma institucional.
Traduzo: São arquivos meus, como poderiam ser de qualquer outro elemento que faça ou tenha feito parte desses grupos. Guardar um cartaz de 1998 é um arquivo pessoal e tal não isenta o grupo onde estava, então, de o ter feito.
Na verdade, a experiência tem mostrado que são muito raros os grupos com cuidados de arquivamento da sua própria trajetória. Alguns há que nem sequer a reconhecem, que fará conservar a mesma. O que é mais um factor decisivo para atestar a relevância dos arquivos pessoais que alguns de nós possuem. Posso dizer que, no meu caso, são, além de historicamente valiosos - por diversificados - produção de prova inequívoca, até.
Claro que são irrelevantes no abstacto, até ao dia em que deixam de o ser. E aí, meus caros, é que a coisa ganha acrescido interesse - e até, em certos casos, manifesta piada, visto à distância.
Há várias pessoas que possuem arquivos pessoais sobre os grupos por onde passaram, bem mais extensos e completos que o meu e sem grande dificuldade; sempre existiram Tunos mais diligentes que a esmagadora maioria, os que guardam/guardaram recordações e ainda bem. Anos mais tarde, é a esses que se pergunta se têm "aquele cartaz", "aquela foto", "aquele email", como aliás, já ocorreu, até e no meu caso. Algumas vezes cedi material meu e com todo o gosto - após o devido backup, naturalmente.
Afinal, é aí que se comprovam verdades, apuram mentiras, se toma o pulso a um grupo, sua pegada, memória.
Em suma, onde se verifica, de facto e sem mácula, a sua História.

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